OPINIÃO DE A NOTÍCIA
Acordo na Saúde
Os desafios são tão imensos que mesmo com o reconhecimento do problema não será fácil contemplar todas as necessidades da saúde pública. Mas a disposição da Prefeitura de Joinville e do Ministério Público de fechar acordo para promoção de melhorias nos prontos-atendimentos (PAs), em especial com a contratação de profissionais, não deixa de ser um avanço. Na saúde pública, há ações judiciais em andamento, algumas delas com liminares concedidas ao MP, determinando enfrentamento das filas em especialidades; outras com negativas da Justiça, como as referentes aos hospitais.
O caminho pelo Judiciário é legítimo, mas se houver entendimento antes, com um consenso nos procedimentos a serem adotados, fica mais fácil atingir os objetivos propostos do que pela litigância. A Prefeitura aceitou o acordo com o Ministério Público porque confia em contratações após a realização de concurso público em andamento. Nem sempre todas as vagas, em especial de médicos, são preenchidas com os concursos, mas há otimismo por causa do reajuste acima da inflação concedido no ano passado para a categoria em Joinville.
A rede básica inclusive está começando a ampliar o quadro de profissionais, embora ainda sem recuperar a lotação do final de 2010. Espera-se que o acordo a ser assinado nos próximos dias seja efetivamente uma ferramenta para alcançar avanços e não uma medida apenas para ganhar tempo, postergando eventual ação judicial – que também não é uma garantia automática de atendimento de uma demanda.
Geral
SAÚDE PÚBLICA
MP quer cronograma de ações
Prefeitura aceita cobrir vagas nos PAs e reunir dados sobre 4o andar do São José
A reunião do prefeito de Joinville Carlito Merss (PT) com representantes dos Ministérios Públicos de Santa Catarina e Federal, além da Defensoria Pública da União, na manhã de ontem, terminou com um calendário marcado por prazos que determinam ao município a apresentação de planos e providências para problemas na saúde da cidade. O prazo para que as medidas sejam executadas é de três meses.
Ficou decidido que a Prefeitura deverá entregar em um mês um cronograma prevendo ações contra a falta de profissionais nos prontos-atendimentos (PAs) Sul, Norte e Leste. Na prática, os MPs e a Defensoria Pública querem garantias de que a administração investirá em concursos públicos para contratar novos especialistas.
Além de buscar melhor atendimento, também há a preocupação de que as unidades continuem recebendo repasses de recursos sem, no entanto, oferecer os serviços de urgência e emergência previstos por lei nos PAs.
Também foi alvo de cobrança a indefinição envolvendo a conclusão das obras no quarto andar do Hospital Municipal São José, setor inaugurado em 2008, mas que nunca foi totalmente ativado por necessidade de adequação às normas da Vigilância Sanitária. Conforme decidido na reunião de ontem, a Prefeitura terá 45 dias para apresentar informações sobre o histórico da obra.
“Precisamos saber quem são os responsáveis por todos os problemas que atrasaram o funcionamento do quarto andar, além de tudo o que foi investido”, esclarece a promotora Simone Schultz. As informações sobre o quarto andar, afirma ela, serão base de uma investigação à parte.
Apesar de as datas terem sido determinadas em consenso, um termo de ajustamento de conduta (TAC) será firmado para formalizar a necessidade de cumprimento das exigências nos prazos. Se o município não corresponder ao acordo, uma ação civil pública será ajuizada. “Esperamos não precisar, mas pode ser o caso de pedirmos à Justiça que obrigue o cumprimento do que for exigido”, afirma Simone.
SAÚDE PÚBLICA
Contratações são obstáculo
O maior obstáculo da Prefeitura, diz a secretária de Saúde Antonia Maria Grigol, é conseguir cobrir a falta de profissionais, que permanece mesmo com a abertura de concursos públicos.
“Podemos lançar o concurso, mas não temos culpa se os candidatos aprovados não demonstrarem interesse no trabalho”, alerta. Segundo a secretária, já existe um processo seletivo em andamento com 52 profissionais inscritos.
Um concurso público com vagas para diversas especialidades da saúde ainda terá prova dia 29 de abril. Essas alternativas serão apontadas nos documentos que deverão ser entregues ao MP.
As reformas no quarto andar do Hospital São José, conforme a secretária, devem terminar no primeiro semestre. “Está 98% concluído”, destaca. As pendências para a inauguração do espaço são a contratação de profissionais e a licitação de equipamentos, que ela afirma já estar em andamento.
SAÚDE PÚBLICA
11 remédios têm estoque normalizado
Quinze dias depois de reclamações sobre a falta de 28 medicamentos em postos de saúde de Joinville virem à tona, a Saúde municipal informou ontem que regularizou o estoque de 11 remédios. Recebidos nesta semana, os lotes começaram a ser distribuídos nos postos a partir de segunda-feira, de acordo com a secretaria.
São eles: contra hipertensão (atenolol 50 mg, enalapril 20 mg e losartana 50 mg); mal de Parkinson (levodopa benserazida); osteoporose (carbonato de cálcio); para controle do colesterol (sinvastatina 20 mg); esquizofrenia (clorpromazina 100 mg); e problemas no sistema circulatório (varfarina 2,5 mg). Também voltarão a ser distribuídos uma pomada contra candidíase (nistatina); e remédios contra hiperacidez gástrica e azias (hidróxido de alumínio) e anemia (sulfato ferroso).
A Saúde aguarda para terça-feira a entrega do antidepressivo fluoxetina 20mg e do antibiótico amoxilina. Usada para controlar níveis de colesterol, a lovastatina deve ser entregue só no dia 13.
O corticoide prednisona 20mg continua sem data para ter o estoque restabelecido. Segundo a pasta, a distribuidora alegou falta de matéria-prima no mercado
DIA DO AUTISMO
AMA combate o preconceito
Entidade promove passeata no Centro e ato na Arena no fim de semanaParece que eles vivem num mundo só deles, mas a tarefa da sociedade é incluí-los. Com a intenção de sensibilizar a comunidade sobre a importância de olhar com atenção para as pessoas com autismo, um transtorno que normalmente está ligado a algum tipo de deficiência intelectual e é caracterizado pela tendência ao isolamento, a Associação de Amigos do Autista (AMA) de Joinville organizou atividades para marcar o Dia do Autismo, celebrado no dia 2 de abril.
Amanhã, profissionais da AMA entrarão em campo, na Arena Joinville, antes do jogo do JEC contra o Criciúma, com faixas nas mãos. E na segunda-feira, crianças, adolescentes e adultos com autismo e familiares irão às ruas para participar de uma passeata.
A caminhada da AMA terá início às 15h30, em frente ao Museu Nacional de Imigração e Colonização, na rua Rio Branco, no Centro, e seguirá até a Praça da Bandeira. O objetivo é conscientizar a população sobre o autismo, problema que muitos desconhecem.
Visor
SAÚDE COM O PIRES NA MÃO
Dario Staczuk, da Associação de Hospitais de SC, e Tércio Kasten, da Federação dos Hospitais de SC, estiveram reunidos nesta sexta com o presidente do Fórum Parlamentar Catarinense, deputado Federal Décio Lima (PT), em Blumenau. Foram pedir ao parlamentar uma atenção especial em Brasília à liberação dos recursos para emendas dirigidas à saúde em SC. Cálculos deles apontam que os hospitais privados e filantrópicos no Estado estão na fila para receber mais de R$ 25 milhões. A promessa é de uma audiência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, depois da Páscoa.
- A UFSC está buscando voluntários para uma nova pesquisa com erva-mate. São necessárias pessoas saudáveis e também com o colesterol alto que ainda não estejam tomando medicamento. Podem participar homens e mulheres com idade entre 18 e 60 anos. Informações pelo telefone (48) 3721-9712, ramal 224.
A área de saúde é um dos grandes problemas enfrentados pela população em todas as cidades. O que você acha que deve ser feito para melhorá-la?
Neste ano, haverá eleições para prefeitos e vereadores. Os possíveis candidatos já devem estar afiando seus discursos de “Vamos lutar para a melhoria da saúde”. A população já está cansada de ouvir essas retóricas e continua aguardando que algo verdadeiramente positivo seja feito. A longa espera para cirurgias e outros procedimentos tem sido um dos grandes dilemas da saúde pública. Sem falar que continuamos presenciando vergonhosa e inadmissível corrupção, câncer que carece de medicamentos preventivos. Os escândalos se repetem ininterruptamente, deixando no ar uma brutal sensação de impunidade. Quem rouba tem de sofrer punições severas, tais como prisão e devolução do que foi surrupiado. Isso, contudo, dificilmente ocorre, deixando-nos na incômoda posição de país com falta de seriedade.
Natal Marchi
Rio do Sul
Eu acho que o problema está na administração dos recursos. Tem dinheiro do governo federal, do Estado e dos municípios, cada um faz o que quer dele, e por isso os objetivos não são minimamente alcançados. Penso que se fossem criados consórcios públicos regionais, os recursos poderiam ser utilizados de forma sincronizada e com muito maior eficiência. Quanto aos membros desses comitês, deveriam ser escolhidos, pessoas ligadas à saúde nas diversas regiões, preferencialmente aposentados e não ativos na política partidária.
José Ernani Freitas
Balneário Camboriú
Melhores condições de trabalho para os médicos e equipe técnica, contratação de especialistas em várias áreas da medicina e, principalmente, tratamento humanizado nos postos de saúde e hospitais.
Lenir Silva
Florianópolis
Se lermos a história da saúde pública no Brasil, iremos ver que num passado não muito distante tínhamos atendimento bom. A questão é somente voltarmos ao passado. A assistência médica e previdenciária era através dos sindicatos por categorias do trabalhador. Hoje, o que o trabalhador paga, mantém os custos de todos os brasileiros, especialmente os dos políticos e magistrados. Estas categorias esvaziam os recursos que são dos trabalhadores.
Antonio Luiz Neto
Curitiba
Para melhora-la é necessário destinar os recursos para seus devidos fins, pois não é possível que com uma carga tributária tão elevada não haja dinheiro suficiente para remunerar os profissionais da saúde.
Liziane Espindola
Florianópolis
Primeiro devemos pensar em qualidade, não como gostam alguns políticos em nosso Estado. Depois, creio que a questão de uso racional dos recursos e que o governo federal reduza o número de ministérios, que servem para trocar favores com a base aliada, e, assim, tendo mais recursos para poder aprovar a Emenda 29 de acordo com o projeto original. E os especialistas em saúde pública provam com números que há recursos, mesmo sem a Emenda 29. Precisamos ter uma política de saúde para todos e não como é hoje. Precisa um engajamento para implantar uma estratégia de saúde da família de fato e não somente faz de conta.
Luiz Eduardo Andrade
Rio do Campo
Melhorar a saúde é questão de decisão apenas. Reduzir pela metade o número de políticos em todas as esferas e repassem os recursos advindos desta economia diretamente para a saúde. Concordo que não seria a solução definitiva, mas, convenhamos, daria um grande upgrade não só na saúde do país como na moral em ser brasileiro.
Adari Vavassori
Florianópolis
Remediar, só os médicos podem. Mas prevenir, todo mundo pode. À medida que o perfil da população se altera, o sistema de saúde tem de se adaptar. Os planos de saúde, por exemplo, cresceram quando não tínhamos uma classe média grande. Era possível cobrar mais e atender menos pessoas. Hoje, com a classe média ampliada, captam-se clientes com mensalidades módicas, mas o atendimento piora e não se pode crer que suportará as demandas quando a idade dos segurados avançar muito. Os planos significam uma massa de dinheiro cobrado regularmente como se fosse mais um imposto. À medida que a qualidade de vida da população e o SUS melhoram, esse dinheiro vai se tornando menos socialmente significativo, pois não garante segurança tão grande quanto antes. O desenvolvimento do atendimento público tende a aproximá-lo da faixa de clientela cativa do mercado de serviços médicos. Isto pode ser fundamental na revisão do modelo. Não deve haver competição entre o público e o privado nessa área.
José Silveira
Brasília
Tudo precisa melhorar. É um verdadeiro descaso para com o ser humano o que este governo tem feito conosco. E não é só agora com a presidente e sim do tempo daquele barbudo, que apadrinhou bolsa disso, daquilo e, em detrimento, sacrifica o povão com esta má gestão na saúde. Os EUA têm no seu de governo 3,2 mil cargos comissionados, a Inglaterra, pouco menos de 1,2 mil, na Alemanha, 2,4 mil. No Brasil, 23 mil. Então haja bolso do contribuinte para bancar esses todos. Como vai sobrar para a saúde?
Jose Wilton Rebelo
Lages
A mídia precisa mostrar as verdadeiras razões do sistema de saúde do país se encontrar nestas condições – os acordos feitos no passado com FMI e Banco Mundial. O mais importante na questão neoliberal é capacitar a população para ir se adaptando ao novo modelo já implantado – educar para a autogeração de sua sustentabilidade, a poupança. O PT está a criar escândalos para distrair a mídia. Sem educação, sem saúde e sem previdência, alimentado pelo dinheiro público, o invisível governo global determina as novas regras. Seleção natural.
Elaine Marçal Boabaid
Florianópolis
Devemos educar os motoristas. SC, apesar de ser um Estado pequeno em dimensões, é líder em mortes no trânsito. E isso interfere no caos que vive a saúde pública. 62% dos leitos são ocupados por vítimas de acidentes. A própria Organização Mundial da Saúde cita o grave problema gerado na saúde pública pelos acidentes de trânsito. É sobre o setor da saúde que vai recair o maior ônus de todas as suas consequências. É o setor da saúde quem vai cuidar dos feridos, contabilizar as mortes e arcar com os importantes aspectos ligados às sequelas, não poucas vezes irreversíveis.
Giovanni Cezimbra Balen
Chapecó
É preciso um maior investimento no setor. Estamos cansados de ouvir falar que falta médico, equipamento e tantas outras coisas. O nosso imposto não falta, aliás, sobra. Por que a gente é tratado assim, então?
Geraldo Panez
Florianópolis
Vida e Saúde
PORTADORES DO HIV
Tratamento para a autoestima
Aparência corporal melhora após a injeção de preenchedores
Os pacientes em tratamento contra a AIDS muitas vezes sofrem de lipodistrofia: alteração na distribuição de gordura do corpo, que se concentra na barriga, costas, pescoço e nuca, além de perda de gordura nos braços, pernas, nádegas e na face, dando o aspecto de bochechas afundadas. Além do estigma da doença, os pacientes ainda precisam conviver com a baixa autoestima.
A boa notícia é que a dermatologia, hoje, pode ajudá-los a melhorar a aparência.
– Temos cirurgias e lipoaspirações para os depósitos de gordura e, para as atrofias, principalmente a facial (que é a que mais deprime os pacientes) já existe no Brasil, aprovado para uso e com grandes resultados estéticos, o uso de uma substância para preenchimento que devolve, e muito, a autoestima destas pessoas – informa o dermatologista Carlos Alberto Vieira Perez.
– Vamos imaginar que a gordura sirva como um “recheio” da pele, e a perda deste leve à atrofia. A utilização de preenchimentos tem se mostrado como a melhor opção para estes casos, mostrando-se um método seguro e eficaz a longo prazo – explica o médico.
A substância mais utilizada e que se apresenta como a melhor opção para preencher esta falta de gordura, aprovada para uso, é o polimetilmetacrilato (PMMA), já é muito utilizado – e com ótimos resultados – nos preenchimentos de sulcos, atrofias fisiológicas, contornos faciais como maçã do rosto, mandíbula e queixo. Segundo o médico, o mesmo processo pode também ser realizado com outros preenchedores, especialmente o ácido hialurônico, mas o custo e o tempo reduzido de duração o tornam praticamente inviável para o tratamento da lipodistrofia do HIV, onde normalmente são necessárias grandes quantidades de preenchedores e, muitas vezes, em várias sessões.
Procedimento já é feito pelo SUS, mas por enquanto apenas em SP
O tratamento com PMMA é realizado nos consultórios dos dermatologistas, sem necessidade de internação, e consiste em injeções através de microcânulas próprias para preenchimentos, precedidas de anestesia local. O processo não deixa cicatrizes, apenas edema
(inchaço), que desaparece em poucos dias.
É importante esclarecer, diz Carlos Alberto Perez, que o tratamento com PMMA pode ser realizado nos centros vinculados ao SUS, e que o Ministério da Saúde já tem verba para a criação de centros específicos para a realização deste tratamento.
– Infelizmente, isto ainda não funciona como todos nós gostaríamos. Hoje, apenas em São Paulo existe um centro bem estruturado com esta finalidade. No restante do país ainda é precário, mas a tendência é que esta situação melhore e possa dar oportunidade a todos de manter o seu tratamento com o coquetel e ainda tratar alguns efeitos colaterais estigmatizantes, em especial a lipodistrofia da face – conclui o dermatologista.
ALZHEIMER
Para entender o Alzheimer
A doença acomente principalmente os idosos e, infelizmente, não tem cura, mas observar sintomas de maneira precoce pode ser decisivo no tratamento
Doença que acomete aproximadamente 1,2 milhão de pessoas no Brasil, o Alzheimer atinge, principalmente, pessoas com mais de 65 anos, acometendo cada paciente de forma diferente.
De acordo com o IBGE, o país tem cerca de 21 milhões de habitantes com 60 anos ou mais, tornando a saúde do idoso um foco de atenção.
– Com o envelhecimento da população é importante entender, conhecer e saber reconhecer o Alzheimer, afinal, quanto mais cedo os sintomas forem percebidos por familiares ou amigos, mais eficaz será o tratamento. Além disso, existem alguns cuidados que podem diminuir os fatores de risco que levam ao surgimento da doença – alerta Tânia Pacheco Ferraz, psiquiatra e coordenadora do Projeto Terceira Idade da Universidade de São Paulo (USP).
Nestas páginas, a especialista tira as dúvidas dos leitores, sobre o que realmente é verdade e o que é mito, quando se trata de Alzheimer.
Com o envelhecimento da população, é importante entender, conhecer e saber reconhecer o Alzheimer, afinal, quanto mais cedo os sintomas forem percebidos, mais eficaz será o tratamento.
Mito
O primeiro sintoma do Alzheimer é a perda de memória?
A doença acomete, inicialmente, a parte do cérebro que controla a linguagem, a memória e o raciocínio, portanto, outros sinais podem indicar a chegada do Alzheimer, como a dificuldade de executar tarefas rotineiras, mudanças no comportamento, instabilidade emocional, dificuldade de concentração e até mesmo problemas motores. É necessária muita atenção quando um idoso apresentar uma ou mais dessas características, já que os sintomas da Doença de Alzheimer podem ser confundidos também com estresse ou fadiga. Ao perceber os primeiros sinais, o paciente deve se submeter a uma avaliação médica, que pode ser feita pelo clínico, que já conhece o paciente, por um neurologista, psiquiatra ou geriatra. Exames físicos e laboratoriais, como testes cognitivos, exames com imagens cerebrais e até mesmo o histórico do paciente são analisados para melhor diagnosticar a enfermidade.
Verdade
Doenças cardiovasculares aumentam o risco de desenvolvimento do Alzheimer
De acordo com a psiquiatra, o declínio cognitivo em pacientes com problemas cardíacos é observado em cerca de 25% dos casos avaliados após internações hospitalares. Depressão, diabetes, tabagismo e obesidade também são considerados fatores de risco para a Doença de Alzheimer (DA), ou seja, aumentam as chances de desenvolvimento da enfermidade.
Verdade
A prática regular de exercícios físicos é importante em portadores da Doença de Alzheimer
A prática regular de atividades físicas previne e controla a hipertensão, diabetes, obesidade, problemas cardíacos, além de melhorar o condicionamento aeróbico e evitar quedas. Em pacientes já acometidos pela DA, os exercícios físicos atuam melhorando a qualidade de vida e retardando o avanço da doença, explica a psiquiatra.
Verdade
Alimentos que contém Ômega 3 ajudam a prevenir o Alzheimer
Estudos realizados em animais mostram que a ingestão de ômega 3 reduz o acúmulo de uma proteína chamada beta-amiloide. O acúmulo dessa proteína no cérebro está ligado ao desenvolvimento e progressão da DA. O ômega 3 pode ser encontrado em alimentos como peixes, castanhas, nozes e óleos vegetais.
Mito
O Alzheimer acomete apenas os idosos
Conhecida como Doença de Alzheimer de Início Precoce (DAIP), a condição é caracterizada por um declínio mais rápido das funções cognitivas em pessoas com menos de 65 anos. Esses casos são mais raros e correspondem a 10% do total. Pessoas com histórico de DA em sucessivas gerações da família possuem maior predisposição para o desenvolvimento dos primeiros sinais desse mal antes dos 65 anos, mas a doença também pode ocorrer sem antecedência familiar, devido a uma mutação em um dos genes.
Verdade
Palavras cruzadas, sudoku, jogos de tabuleiro e exercícios de lógica ajudam a evitar o declínio cognitivo, um dos sintomas do Alzheimer
Atividades que proporcionam desafios para a mente engajam as estruturas cerebrais, o que pode prevenir o declínio cognitivo, afirma Tânia Ferraz. Palavras cruzadas, sudoku, jogos de tabuleiro e exercícios de lógica, por exemplo, fazem com que o cérebro seja exercitado, trabalhando assim a organização e o planejamento.
Verdade
A Doença de Alzheimer não tem cura
Infelizmente, não há cura, porém, já existem tratamentos que retardam a evolução da doença e outros que minimizam os distúrbios no humor e comportamento. Entre eles, os inibidores da acetilcolinestinesterase, que atrasam de forma significativa o declínio da função cognitiva em pacientes com DA leve a moderada. Neste grupo, o cloridrato de donepezila é o único medicamento indicado para todas as fases da doença. Vale lembrar que, se iniciado já na fase leve da doença, durante o surgimento dos primeiros sintomas, o tratamento terá resultados ainda melhores. Contudo, o médico deve ser sempre procurado para avaliar e indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.
PESQUISAS MÉDICAS
Agulhas do bem
A acupuntura, associada ao tratamento convencional, é eficaz no tratamento da dor nas costas, mostra um estudo feito no Hospital das Clínicas, em São Paulo. A dor lombar é uma das principais causas de afastamento do trabalho, e calcula-se que 90% das pessoas sofrerão, em algum momento de suas vidas, com o problema. Em alguns casos, ele pode se tornar crônico.
O estudo, feito no Centro de Acupuntura do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC, acompanhou um grupo de 60 pacientes com lombalgia crônica. Entre os voluntários, 28 receberam tratamento convencional, e 32, o convencional associado à acupuntura.
– Após o término das seis sessões de acupuntura, verificamos que o grupo que teve o tratamento convencional associado à acupuntura apresentou uma queda significativa na escala de dor – relata o fisiatra João Amadera.
O tratamento convencional – uso de analgésicos, exercícios e recomendação de posturas corretas para atividades diárias – nem sempre é eficaz para o alívio do dor lombar crônica de alguns pacientes.
A melhora da dor nos pacientes avaliados persistia após três meses do término do tratamento. Segundo Amadera, foi possível, por meio desse estudo, comprovar a eficácia da técnica chinesa milenar associada ao tratamento convencional.
– Há um alívio da dor lombar crônica em curto prazo – finaliza.
Babosa e salgueiro entram na lista de remédios do SUS
Babosa, hortelã e salgueiro são os novos fitoterápicos a entrar na lista oficial de medicamentos do SUS (Sistema Único de Saúde), publicada pelo Ministério da Saúde. Atualizada a cada dois anos, a lista tem agora 810 itens, como medicamentos, vacinas e insumos.
A babosa é indicada para o tratamento de queimaduras e psoríase (doença inflamatória da pele); a hortelã, síndrome do cólon irritado; e o salgueiro, para dor lombar. Desde 2007, o SUS usa remédios fitoterápicos, que agora chegam a 11. Para entrar no rol, o fitoterápico precisa ser industrializado, ter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e eficácia comprovada.
A nova relação traz também os remédios finasterida e doxasozina (convencionais) usados contra o crescimento anormal da próstata.
A lista praticamente dobrou, passando de 470 itens, em 2010, para 810, por causa da inclusão dos medicamentos para doenças raras, vacinas e insumos. Antes, eram listados somente os remédios considerados essenciais, utilizados no tratamento das doenças mais recorrentes. Estão de fora da lista os remédios para câncer, oftalmológicos e aqueles usados no atendimento de urgência e emergência, pois constam em outra relação nacional.
O rol é formulado por uma comissão técnica formada por representantes do ministério, da Anvisa, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e de associações médicas.
Para ter acesso a um medicamento da lista do SUS, o paciente deve apresentar receita médica na rede pública. Com base na lista nacional, cada município tem autonomia para fazer sua própria relação de remédios.