CAMPANHA CONTRA GRIPES
Doses para mais joinvilenses
Após prorrogações, Saúde calcula ter superado meta e quer vacinar outros grupos
Com o fim da campanha nacional de vacinação contra gripes A, B e sazonal, ontem, a partir da próxima segunda-feira a atenção da unidade de imunização da Secretaria da Saúde de Joinville se voltará a grupos além dos definidos pelo Ministério da Saúde. O primeiro grupo será o de presidiários (cerca de 1,1 mil no Presídio Regional e na Penitenciária Industrial). Segundo a responsável técnica do setor de imunização da secretaria, Maria Goreti de Lara Cardoso, outro grupo-alvo será o de pessoas com doenças crônicas – classificação que abrange de hipertensão a aids. Neste caso, não bastará procurar os postos; a solicitação deverá partir de um médico. Conforme Maria Goreti, o ministério pode vir a liberar doses para outros públicos não contemplados na campanha.
No dia 24 de maio, quando a campanha iniciada no dia 5 de maio foi prorrogada pela segunda vez, faltavam vacinar em Joinville cerca de 1,1 mil moradores. Nas contas da Secretaria da Saúde, a cobertura chegou ontem a 84,76% do público-alvo e superou a meta do ministério (80%). Ainda assim, a cobertura no grupo das gestantes foi baixa. Apenas 66,14% se vacinaram (3.738) – menos do que a meta e a pretensão da Saúde (100%).
Com o fim da campanha, continua a atenção aos 17 casos suspeitos de gripe A (a H1N1) em Joinville. Na segunda-feira, a Saúde recebeu a confirmação de que o segundo caso na cidade é de um morador do Boa Vista que foi internado no dia 15 no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt com febre, tosse, dor de garganta e dores no corpo. O primeiro caso foi de um homem de 43 anos, morador da zona Leste, que passou um dia internado em um hospital particular. Ambos já tiveram alta.
Portaria do câncer
O prazo máximo de 60 dias para início do tratamento do câncer, determinado em projeto aprovado pela Câmara dos Deputados nesta semana, está previsto em portaria de 2007 da Secretaria de Saúde de Joinville. Mas não é cumprida em todos os casos devido à demanda.
As prioridades
Quando o projeto virar lei, a situação deverá repetir o que acontece em Joinville: o tratamento não começará em 60 dias em todos os casos porque são priorizados determinados tipos de câncer e o estágio da doença, não dá para atender a todos. Mas a lei ajuda a incentivar os gestores.
PROTESTO NA CAPITAL
Hospital é abraçado
Profissionais da área da Saúde protestaram, na manhã de ontem, contra a falta de servidores nos hospitais catarinenses. O manifesto foi um abraço no Hospital Infantil Joana de Gusmão em Florianópolis.
O hospital foi escolhido pelas entidades sindicais ligadas à saúde para a manifestação porque tem, de um total de 184, 80 leitos fechados por falta de profissionais. Segundo o Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc), só na emergência são atendidos nove pacientes por hora. O Simesc quer que a prefeitura agilize a contratação dos profissionais aprovados em concurso para melhorar a situação.
De acordo com o Simesc, em SC, pelo menos 270 leitos estão fechados.
Assinam o manifesto o Sindsaúde/SC, Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina e o Conselho Superior de Entidades Médicas.
ABORTO
Governo quer aconselhar mulheres
O Ministério da Saúde e um grupo de especialistas se reúne na próxima segunda-feira para discutir um programa para aconselhamento de mulheres que decidiram abortar.
Formada por médicos, antropólogos, juristas e cientistas sociais a comissão vai sugerir a formulação de uma cartilha, com orientações para que o procedimento seja feito com segurança. O material também deverá conter alertas sobre sintomas que podem sugerir complicações no procedimento, como febre e sangramento.
– A intenção é fecharmos o material de orientação em, no máximo, um mês – afirmou o coordenador do Grupo de Estudos sobre o Aborto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Thomaz Gollop.
A rodada de discussão se estende até terça e termina no fim do mês, em uma reunião em São Paulo. O formato final do programa será definido pelo Ministério. A cartilha conteria, por exemplo, informações para mulher escolher o lugar do procedimento.
– Recomendações, por exemplo, para ela observar a higiene do local, a pessoa encarregada do procedimento. Em suma, a pessoa deve fugir dos serviços de fundo de quintal – disse Gollop.
O grupo foi convidado a preparar um programa de redução de danos para aborto, a exemplo do que ocorre no Uruguai e Cidade do México. O objetivo é reduzir os índices de morte de mulheres por complicações. No Uruguai, um grupo interdisciplinar faz o aconselhamento Uma das opções naquele país é a oferta do misoprostol, um remédio para tratamento de úlcera que é abortivo. Gollop afirma que o grupo brasileiro não tem, no momento, um posicionamento sobre esse assunto:
– Embora a prescrição seja bastante segura e tenha reduzido de forma significativa o número de complicações, a realidade do Brasil é outra.
São Paulo
RECURSOS PARA UPAS
Ministério da Saúde anuncia R$ 880 milhões
O Ministério da Saúde divulgou ontem a seleção de projetos para a construção e ampliação de unidades de pronto-atendimento (UPAs) e de unidades básicas de saúde. Um total de R$ 880 milhões em investimentos deve beneficiar 29,6 milhões de pessoas. Os recursos serão para a construção de 136 novas UPAs, ampliação de outras 56 e construção de 5.459 unidades básicas de saúde. Segundo o ministério, é possível atender, sem necessidade de encaminhamento ao pronto-socorro, 97% dos pacientes.
GRIPE A
Blumenau quer impedir expansão
Prefeitura redobra medidas contra o H1N1 depois de confirmados 30 casos
A preocupação com o avanço dos casos de gripe A na cidade – até ontem, 30 haviam sido confirmados levou a prefeitura de Blumenau a adotar novas medidas para impedir o ciclo de propagação do vírus H1N1.
De acordo com a Divisão de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive), até ontem, 154 casos foram registrados. Nove mortes já ocorreram em consequência da doença.
A partir de segunda-feira, a imunização gratuita nos postos de saúde, que protege contra a gripe comum e gripe A, será estendida para as pessoas que possuem alguma doença crônica. As 29 mil doses de vacina foram enviadas pelo governo do Estado. Outra ação será a criação de um Centro de Apoio de Atendimento da gripe A, que começa a funcionar hoje no Ambulatório Geral do Centro. Os atendimentos à população será feitos até domingo no ambulatório, das 8h às 20h. O Centro, que também foi implantado em 2009 – ano em que Blumenau registrou 108 casos de gripe A e 11 mortes – será transferido a partir de segunda-feira para o Ambulatório do Parque Vila Germânica, a fim de não causar sobrecarga de atendimentos no AG do Centro. No primeiro dia, o funcionamento será das 12h às 17h e, durante a semana, o horário será das 8h às 17h.
GRIPE A
Joinville ultrapassa meta
Mais de 84% dos joinvilenses nas faixas etárias listadas pelos Ministério da Saúde procuraram os postos de saúde para serem imunizados. A moradora do bairro América, a aposentada Íris Halembeck, 72 anos, aproveitou a manhã de ontem, quando a chuva deu trégua, para procurar um posto de saúde e aproveitar o último dia de vacinação contra a gripe. Ela foi até o posto do Glória, onde a procura pela imunização por causa do fim da campanha.
Foram 16 pessoas atendidas em apenas uma manhã. Todos os anos Íris não deixa de tomar a vacina e garante que surte efeito. Há anos ela não sabe o que é ter gripe. Ela deixou para a última hora. Pretendia se imunizar na segunda. Mas a chuva e o frio a pegaram de surpresa.
O jeito foi deixar para o último dia e garantir a vacina gratuita destinadas às pessoas com mais de 60 anos.
– É ótimo passar o inverno sem gripe. A picadinha não dói – diz.
A estimativa era chegar em 80%. Mas em Joinville chegou a 84,76%, percentual que ultrapassa a marca dos dois últimos anos. Foram 57.087 pessoas vacinadas até terça. Quem ajudou a levantar este índice foram as crianças. Foram vacinados 96,66% dos menores de 2 anos.
Joinville
Os principais cuidados a serem tomados continuam sendo medidas de higiene, como lavar as mãos e proteger a boca com um lenço ao tossir. A orientação é que crianças e adultos com suspeita da doença também procurem os ambulatórios para desafogar os hospitais.
MORGANA MICHELS | Blumenau
A IDEIA DE COOPERAÇÃO
Está nas mãos de cinco secretários estaduais a proposta de formação de um fórum informal de cooperação. Da esquerda para a direita, Dalmo Claro Oliveira (Saúde), João José Cândido (Assistência Social), Ada de Luca (Justiça e Cidadania), César Grubba (Segurança Pública) e Eduardo Deschamps (Educação) se reuniram, ontem, para debater o assunto.
A ideia é otimizar recursos dos programas e projetos comuns das áreas. Os secretários voltam a se encontrar.