GRIPE A
29 mortes confirmadas em SC
A Vigilância Epidemiológica deve receber hoje o resultado dos exames feitos pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) sobre as suspeita de duas novas mortes por gripe A em Blumenau. As vítimas são mulheres: uma de 30 anos, que morreu na madrugada de ontem, e outra de 46 anos, no sábado, horas depois de ser internada.
Em Santa Catarina, o número casos da doença é o segundo maior registrado desde o surto em 2009, quando 144 pessoas morreram em decorrência da infecção. O relatório da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), até o fim da tarde de ontem, mostra que o vírus tem uma taxa de letalidade de 9% – entre os 309 casos confirmados, há 29 mortes.
Ontem, Blumenau registrou a quinta morte em decorrência do vírus H1N1. A vítima é um homem de 59 anos, morador do bairro da Velha, que estava internado desde em 2 de junho na unidade de terapia intensiva (UTI), do Hospital Santa Isabel. Atualmente, há 74 casos confirmados da gripe A na cidade.
O diretor da Dive, Fabio Gaudenzi de Faria, reforça que, no mesmo período deste ano, outros 46 casos de contaminações pela gripe comum foram registrados, que levaram a quatro mortes. “Em 2009, o vírus era desconhecido, era novo e não sabíamos como lidar, não conhecíamos sua potência, nem a maneira de prevenir”, diz Faria.
Segundo ele, hoje, há a vacina, e o vírus se tornou “popular”. “Sabemos qual seu grau de letalidade e os números mostram que ele é muito semelhante à gripe comum”, afirma Faria.
AN Jaraguá
GRIPE A
4 casos supeitos em Jaraguá
Vigilância aguarda o resultado dos exames de dois jovens e dois adolescentes
A Vigilância Epidemiológica de Jaraguá do Sul monitora mais quatro pacientes suspeitos de terem contraído a gripe A. Um garoto de 13 anos, dois jovens, de 24 e 19 anos, e uma adolescente de 17 anos estão sendo monitorados. O caso de uma moradora de Schroeder, de 21 anos, foi descartado e ela já recebeu alta.
Amostras de sangue dos pacientes com suspeita de gripe A foram coletadas e enviadas para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Florianópolis. Não há prazo para a divulgação dos resultados. Independentemente da resposta do Lacen, os pacientes já estão recebendo Tamiflu, medicamento indicado para o tratamento da doença.
Segundo o diretor de Vigilância em Saúde, Walter Clavera, a mudança no clima contribuiu para o surgimento de quatro casos na mesma semana. “O motivo é o inverno, já que a gripe é sazonal e está ligada ao frio”, acredita. A cidade já registra um caso confirmado: o de uma menina de 12 anos, que passa bem.
No começo da tarde de ontem, Clavera se reuniu com os diretores dos hospitais São José e Jaraguá para traçar um plano de contingência. Entre as medidas a serem tomadas está a revisão dos protocolos de atendimento, como o isolamento de pacientes com diagnóstico confirmado, protocolo para a coleta de sangue e os cuidados na triagem nos prontos- socorros e postos de saúde.
A possibilidade de comprar ou receber mais doses de vacinas contra gripe A, cuja campanha terminou neste mês, segundo Clavera, está descartada. Ele cita como empecilhos a logística e a produção da vacina. “O segundo é o fato de estarmos na metade do inverno e, até chegar a vacina, o período de frio teria passado. Uma nova campanha está descartada”, afirma o diretor.
A orientação do diretor para evitar a doença é a mesma do Ministério da Saúde. Adotar cuidados de higiene para não serem infectadas (veja quadro).
A quantidade do antiviral na rede pública de saúde, segundo Clavera, está dentro do ideal. As cinco farmácias básicas de Jaraguá têm o remédio, que só pode ser retirado com o receituário de controle especial. Mas Clavera alerta que deve ser evitada a automedicação com qualquer remédio contra gripe. Em caso de suspeita, principalmente quando há febre alta (acima de 38ºC e dificuldade para respirar), um médico deve ser consultado
SAIBA MAIS:
Até a noite de segunda-feira, o Estado registrava 28 mortes por gripe A. A informação é da Secretaria de Estado da Saúde (SES) por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).
FOCO NA GRIPE A
Ações para conter a propagação do vírus
Imunização em massa em Antônio Carlos e compra de doses em Blumenau são iniciativas bem-vindas
O número de casos de gripe A já é o segundo maior da história do Estado, atrás apenas de 2009, quando 144 pessoas morreram em decorrência da infecção. Diante desse quadro, uma escola em Antônio Carlos resolveu agir após a morte de um morador e promoveu uma vacinação em massa com desconto para a população. Outra ação deve acontecer em Blumenau, com a aprovação de um projeto de lei para a compra de 200 mil vacinas.
O relatório da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), até o fim da tarde de ontem, mostra que a influenza H1N1 tem uma taxa de letalidade de 9%, um ponto percentual a mais do que a gripe comum. Oficialmente, foram 28 mortes contra quatro da Influenza A (a comum). Como o relatório oficial do Estado passou a ser atualizado duas vezes por semana, a 29ª morte ocorreu na madrugada de ontem, mas ainda não constava nos dados da Dive. O paciente era um homem de 59 anos que estava internado no Hospital Santa Isabel, em Blumenau. Este é o quinto óbito da cidade.
De acordo com os dados da Dive, atualizados no dia 17 de junho, SC já registrou 309 casos de infecção por gripe A. Até agora, Blumenau aparece como o município com o maior número de casos, 38, seguido de Fraiburgo, com 22, e Itajaí, 19. Florianópolis registrou nove casos até agora.
Diante desse quadro, a Câmara de Vereadores de Blumenau quer comprar 200 mil doses da vacina para distribuir para a população da cidade. Segundo Jovino Cardoso (DEM), o dinheiro virá da economia anual da casa. Geralmente, o Legislativo devolve cerca de R$ 4 milhões por ano ao Executivo e o dinheiro é destinado à Saúde. Pelos cálculos, o valor para comprar seria de cerca de R$ 1,4 milhão. A Câmara deverá enviar o anteprojeto de lei ao prefeito João Paulo Kleinübing (PSD) para apovação.
Hoje, prefeitos das 14 cidades que integram a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) vão discutir se há alguma possibilidade de comprar conjuntamente doses da vacina. Os preços até agora pesquisados custam a partir de R$ 20 por dose. Nenhum fornecedor, no entanto, tem as 200 mil vacinas que o consórcio gostaria de adquirir.
Para o diretor da Vigilância Epidemiológica, Fabio Gaudenzi de Faria, mesmo diante dos números, não há motivo para pânico porque os óbitos por gripe A não representam nem a metade de todos os casos de morte por doenças respiratórias de inverno, que até ontem chegavam a 73.
* Colaborou Giovana Pietrzacka
29 pessoas
morreram em decorrência da gripe A em SC. Esta última vítima ainda não consta nos dados da Dive, que deve atualizar os números amanhã.
aline.rebequi@diario.com.br danilo.duarte@diario.com.br
ALINE REBEQUI E DANILO DUARTE *
FOCO NA GRIPE A
Escola promove mutirão de vacinação
Preocupado com a morte de um morador de Antônio Carlos, na Grande Florianópolis, pelo vírus H1N1 este ano, o diretor da Escola Estadual Altamiro Guimarães, Jucelio Schmitt, tomou uma medida inusitada.
Ele chamou uma clínica particular para vacinar na escola, por R$ 30 (50% a menos do que é cobrado nas cidades vizinhas). Ele conta que teve a ideia na última sexta-feira depois de saber do aumento no número de casos não encontrar nenhum local na região que vacinasse contra o H1N1.
Inicialmente, era para vacinar somente os 167 alunos e 50 funcionários da escola, mas a notícia se espalhou e desde o início do dia de ontem milhares de moradores se dirigiram ao local em busca da vacina.
– Vai chegar a mais de 3 mil pessoas. Não imaginei que daria este movimento todo, mas tem um motivo. Nossa região está esquecida, mesmo pagando não há quem aplique.
Segundo ele, na cidade vizinha de Biguaçu, os moradores estão sendo orientados a procurar vacina em São José. Antônio Carlos tem apenas 7.458 habitantes e, para o professor, todos deveriam ser imunizados.
– Agora estou mais tranquilo, a escola está 100% vacinada – sorri.
Em meio a tantos moradores da cidade, o aluno da Escola Tiago Petry, nove anos, foi um dos que foram imunizados ontem.
Antônio Carlos
Algumas dúvidas frequentes que as pessoas têm sobre a infecção
Qual a diferença da situação de 2009 para a de hoje?
Em 2009, o vírus era desconhecido, era novo e não sabíamos como lidar, não conhecíamos sua potência nem a maneira de prevenir. Hoje, temos a vacina, conhecemos o vírus, sabemos qual seu grau de letalidade, e os números mostram que ele é muito semelhante ao da gripe comum.
Se SC teve 28 mortes oficiais pelo H1N1 e a gripe comum apenas 4, isso não quer dizer que ele é mais forte, que mata mais?
Não. A conta correta é a seguinte: tivemos 309 casos de Influenza H1N1 e, destes, 28 mortes foram confirmadas. Ou seja, em 9% dos casos o vírus levou à morte. Já na Influenza A e outros subtipos (a gripe comum), tivemos 46 casos e, destes, quatro morreram, ou seja, a taxa de letalidade é de 8%, 1% a menos que a gripe A. Resumindo: é muito semelhante.
Uma pessoa vacinada está mais protegida do que uma não vacinada?
Não. O que vai dizer se a pessoa vai ou não adquirir o vírus, fora os casos de idosos, gestantes e pessoas que já tenham alguma doença crônica, são seus hábitos. Se ela lava com frequência as mãos, tem bons hábitos de higiene, mantém os ambientes arejados, entre outras medidas, pode estar mais protegida do que aquela que somente tomou a vacina.
Se eu estiver em um ambiente fechado, seja em casa, no trabalho, no ônibus ou no carro e tiver alguém gripado perto de mim posso pegar o vírus?
Depende. O vírus não se espalha no ar. Para se infectar é preciso ter contato ou estar conversando com a pessoa a menos de um metro de distância. Por isso, ao tocar nas coisas e logo levar as mãos na boca, nariz ou nos olhos, aí sim se pega o vírus. Se lavar bem as mãos com frequência a chance de adquirir a infecção diminui muito.
O que devo fazer se estiver gripado, mesmo com a gripe comum?
Se estiver espirrando ou tossindo muito, a orientação é ficar em casa, não ir ao trabalho ou à escola. Procurar um médico para avaliar o caso e fornecer o atestado de saúde. Assim, estará cuidado a si próprio e garantindo a saúde das pessoas que convivem com você.
Fonte: Fabio G. de Faria, diretor da Dive.
VACINA DA PÓLIO
SC supera média nacional
A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), registrou, até segunda-feira, a vacinação de 278.852 crianças de zero a quatro anos e 11 meses contra a poliomielite.
O índice, 67,69%, ultrapassa a média nacional. Santa Catarina lidera a campanha no país. A campanha começou no último dia 11 e vai até 6 de julho. Até sábado, considerado o Dia D da campanha contra a Poliomielite, a gerência da Vigilância Epidemiológica tinha registrado a vacinação de 260.334 do público alvo. O número equivale a 63,2% da meta, que é imunizar 95% das crianças até o final da campanha.
– Mais uma vez Santa Catarina sai na frente e ultrapassa a média nacional de vacinação, que no sábado foi de 52,2% – observa a gerente de Imunizações, Luciana Amorim.
Segundo ela, até agora 11 municípios do Estado alcançaram 95% de vacinação. Os destaques são as regiões de Criciúma, Concórdia, Tubarão, Canoinhas e Grande Florianópolis.
Luciana Amorim destaca, ainda, que a vacinação em menores de um ano teve a maior cobertura, com 68,95%. O menor índice ficou entre as crianças de um ano, que registrou 58,55% de cobertura.
SAÚDE PÚBLICA
Projeto de lei garantirá mais verba
O Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública foi lançado ontem à noite pela Associação Catarinense de Medicina (ACM), em Florianpólis.
O objetivo é criar um projeto de lei de iniciativa popular que garanta o investimento de pelo menos 10% da receita corrente bruta da União na saúde pública. Atualmente, este índice é de apenas 7%, mas pode variar, pois não há um valor estabelecido por lei.
– Por ser encaminhado por iniciativa popular, o projeto de lei ganha uma pressão política bem mais séria – afirma o presidente da ACM, Aguinel José Bastian Junior.
Segundo ele, várias entidades ligadas à saúde estão interessadas em ajudar a conseguir as assinaturas e viabilizar o projeto de lei.
O projeto de lei deve ser apoiado por pelo menos 1,5 milhão de assinaturas, colhidas em pelo menos cinco estados brasileiros para tramitar no Congresso Nacional.
Movimento tem o apoio de entidades e políticos
O projeto tem apoio da Associação Médica Brasileira (AMB) e a Assembleia Legislativa do Estado.
O Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública foi criado em fevereiro deste ano pela Associação Médica Brasileira (AMB).
O projeto de lei sugerido modificaria a Lei Complementar nº 141/12 através da revisão da Emenda Constitucional 29, que fixa o repasse ao Sistema Único de Saúde e propõe que os recursos sejam aplicados em conta vinculada, mantida em instituição financeira oficial, sob responsabilidade do gestor de saúde.
Como participar
- Para assinar a proposta de encaminhamento do projeto de lei basta acessar o site www.amb.org.br.
- Os formulários também serão distribuídos em igrejas, sedes de sindicatos e conselhos ligados à saúde.
- São necessárias pelo menos 1,5 milhão de assinaturas, colhidas em cinco estados diferentes, para o projeto seguir para o Congresso.
- As assinaturas só terão validade se forem acompanhadas de nome completo e legível da pessoa, endereço e dados do título eleitoral.
SAÚDE DE SC
Cepon vai contratar 150 profissionais
Organização social que administra instituição preenche vagas mais rápido
O Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) lançou, nesta semana, os editais para a contratação de pessoal para a estrutura já pronta e aparelhada para procedimentos considerados de média complexidade. Devem ser contratados entre 130 e 150 profissionais médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e técnicos administrativos.
O Cepon tem como modelo organização social (OS), o que faz com a seleção seja através de currículos. O processo, incluindo análises e entrevistas, deve durar uma semana. A previsão é de que no final de julho todos estejam contratados.
A diretora-geral do hospital, médica Maria Tereza Evangelista Schoeller, diz que além de melhores acomodações haverá um incremento de 50% no número em leitos, sendo 30 no complexo da Rodovia Admar Gonzaga, no Itacorubi, e 20 no hospital de apoio, na Rua General Bittencourt, no Centro de Florianópolis.
Hoje, às 14h, a diretora-geral se reúne com o secretário da Saúde, Dalmo de Oliveira. Um dos assuntos é o compromisso assumido pelo governo do Estado sobre recursos de R$ 14 milhões necessários para a construção do centro cirúrgico, unidade de tratamento intensivo (UTI) e central de material esterilizado. As dependências estão projetadas para uma área de 6 mil metros quadrados, sendo que atualmente o complexo compreende 20 mil metros quadrados.
– Essas obras são prioridade e têm prazo de 18 a 24 meses para serem realizadas – explica a médica.
Com o aumento de estrutura, a humanização dos serviços deve aumentar. Pacientes que hoje se encontram em hospitais como no Governador Celso Ramos e Hospital Regional de São José serão operados no próprio Cepon. Com isso, deixarão de ocupar filas e algumas vezes serem preteridos em função de cirurgias emergenciais. O ganho na agilidade do procedimento é muito importante para a recuperação do paciente com câncer, reconhece a médica.
Também está nos planos da direção-geral, a transformação da unidade da Rua General Bittencourt, no Centro, em um hospital de referência para pacientes paliativos, naqueles casos onde os médicos descartam a possibilidade de cura.
A equipe médica especializada será qualificada e dará treinamento para profissionais da rede pública espalhada pelo Estado. Com isso, os pacientes poderão ficar próximos de suas famílias durante o tratamento.
Hoje, além dos 12 leitos disponibilizados para o serviço de paliativos e que será ampliado para 21, o Cepon mantém um programa de internação hospitalar na casa do usuário. São fornecido, leitos, equipamentos e material para o paciente. São 15 os pacientes que estão inseridos no processo denominado de desospitalização.
ÂNGELA BASTOS