NO FRIO
Vacina é assunto de gente grande
Adultos também precisam se prevenir contra a gripe A e outras doenças
Com a chegada do frio, é preciso aumentar os cuidados com as doenças virais e respiratórias. A mais comum é a gripe. Mas não é a única. Foi a campanha para vacinação dos grupos de risco – que envolve crianças, idosos, grávidas e pessoas com alguns tipos de doenças – que fez com que muitos adultos procurassem os postos de saúde de Joinville em busca da vacina. Na unidade do Glória, por exemplo, atendentes disseram que, na época da campanha, pessoas com idade fora da faixa do público-alvo foram as que mais buscaram a unidade.
Mesmo sem ter direito a vacina contra a gripe A gratuita, há uma série de imunizações disponíveis e necessárias para quem tem acima de 18 anos. Os adultos têm de ficar em dia com a antitetânica, com a tríplice viral, contra a hepatite e a febre amarela. Os idosos também têm uma lista de vacinas a fazer, que inclui a que previne contra a pneumonia. A massoterapeuta Eni de Oliveira Nunes, 33 anos, só lembrou de pôr a lista de vacinas em dia quando descobriu que estava grávida do pequeno Igor, com menos de um mês. Antes, não tinha tomado nem a contra o tétano. Mas fez questão de regularizar a situação em nome da saúde do bebê. Na carteira dela, já tem uma nova dose em julho.
Todas as pessoas devem ter a carteira de saúde em dia. Quem não sabe que vacinas já tomou, pode e deve buscar orientação no posto de saúde mais próximo.
NO FRIO
Mais uma chance até 6 de julho
No caso da gripe A, a Secretaria de Saúde resolveu ampliar o grupo de pessoas que receberão doses de vacina contra o vírus Influenza com o material que restou da campanha deste ano, encerrada em 6 de junho. Poderão se imunizar agora crianças de até 4 anos e pessoas que estão com a imunidade baixa.
A intenção da secretaria é usar a própria campanha de vacina contra a poliomelite para que as famílias levem as crianças até os postos de saúde. Até o dia 6 de julho, os pequenos que forem imunizados contra a paralisia infantil também receberão uma dose contra gripe.
Neste período, as gestantes e os idosos que perderam o prazo para a campanha também poderão procurar os postos de saúde. A vacina protege contra gripe A, B e sazonal.
Outro grupo que passa a receber as doses são dos imunodeficientes, pessoas que têm alguma doença crônica e já são cadastradas na Secretaria de Saúde. Para receber a vacina, o médico deverá fazer uma solicitação.
GRIPE A
O que fazer para evitar e como agir quando pegar
Cuidados simples reduzem em 70% o risco de contaminação. Para quem tem sintomas, a dica é procurar tratamento rápido
Certamente, você já ouviu o ditado popular: melhor prevenir do que remediar. Usada como conselho no dia a dia, a frase também pode ser aplicada à situação que Santa Caarina vive atualmente, sendo um dos principais focos da gripe A em todo o país. Apesar da preocupação quanto aos sintomas do vírus H1N1 – mais sérios do que em uma gripe comum –, médicos e o Ministério da Saúde reforçam que redobrar os cuidados de higiene, evitar ambientes aglomerados e manter uma vida saudável ainda são formas fáceis e confiáveis de se prevenir várias outras doenças.
Em uma reunião no dia 15 de junho, em Blumenau, o governo federal frisou que, ao invés de ampliar a vacinação, municípios do Vale – região mais afetada do Estado – devem investir na orientação à população, reforçando medidas básicas como lavar as mãos com frequência e manter os ambientes ventilados. Para o médico pneumologista e diretor-técnico do Hospital Dia do Pulmão, em Blumenau, Mauro Kreibich, o simples ato de lavar as mãos com água e sabão quatro vezes ao dia pode reduzir em até 70% o risco de contaminação.
Segundo o diretor da Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive), Fábio Gaudenzi de Faria, em 2009, quando ocorreu a pandemia de gripe A, houve uma maior preocupação em relação aos hábitos de higiene. Consequentemente, os casos de diarreia e conjuntivite também diminuíram, já que as mãos, focos de transmissão de vírus e bactérias, estavam mais limpas.
Assim que o inverno terminar, a prefeitura fará um relatório detalhado sobre o que ocorreu em Blumenau, para determinar exatamente como a doença se desenvolveu e como pode ser feita uma prevenção mais efetiva.
MORGANA MICHELS
GRIPE A
Médico deve ser procurado em 48 horas
Nos últimos dias, você permaneceu em ambientes muito fechados, teve contato com pessoas resfriadas e agora está começando a tossir e espirrar? Fique atento.
A piora dos sintomas de gripe comum, a febre alta e a falta de ar podem caracterizar gripe A e precisam ser avaliados por um médico. O mais aconselhável é procurar um médico nas primeiras 48 horas.
Além do cuidado com a higiene e a chamada etiqueta respiratória, o Ministério da Saúde destaca que o atendimento a pacientes com sintomas de gripe A, mesmo que seja somente uma suspeita, deve ser imediato, antes mesmo da confirmação da contaminação pelo H1N1.
Atualmente, o medicamento oseltamivir, conhecido pelo nome comercial de Tamiflu, é ministrado, após avaliação médica, a todos os pacientes com sintomas de gripe. Segundo a médica clínica Mara Lucia Mafra, que atua na Central de Atendimento à Gripe de Blumenau, a eficácia do medicamento não se restringe somente à gripe A e pode também auxiliar aqueles que sofrem com outras variações da doença.
Em uma reunião com o Ministério da Saúde, sexta-feira de manhã, o prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing, recebeu a garantia de que ninguém ficará sem tratamento contra a gripe A no Estado.
Até o início da próxima semana, chegam a SC mais 250 mil doses de Tamiflu. Também serão enviadas doses específicas para tratamento infantil.
No encontro, o ministério validou a iniciativa do município de tratar todas as pessoas que chegam com sintomas de gripe aos postos de atendimento e reiterou o pedido de que as pessoas não deixem para procurar atendimento somente quando já estão debilitadas.
– Estamos reforçando que a população procure atendimento médico nos primeiros sintomas da gripe. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, mais chances de não haver complicações – ressaltou o prefeito.
GRIPE A
SC é o Estado com maior número de casos do país
Neste ano, mais da metade de todos os casos de gripe A registrados no país é de Santa Catarina. De janeiro a junho, 635 pessoas foram infectadas pelo H1N1 no Brasil, 57,4% em solo catarinense. Os 365 casos confirmados em SC são seis vezes maiores do que os contabilizados no estados vizinhos do Rio Grande do Sul e no Paraná. A explicação pode estar no clima: os ambientes frios e úmidos são os preferidos do vírus.
Apesar de não haver estudo epidemiológico que explique pontualmente por que Santa Catarina e, em especial, o Vale do Itajaí, tiveram um aumento tão grande dos casos de gripe A – mais que o dobro do ano passado –, para o diretor da Vigilância Epidemiológica, Fabio Gaudenzi de Faria, um dos motivos pode ser o clima.
Ele explica que o H1N1 tem mais tempo de vida em Santa Catarina, ou seja, em localidades com clima frio e úmido. Como a circulação dele pelas regiões varia de ano para ano. Em 2009, o Rio Grande do Sul liderou o número de casos. Em 2010, foi a vez do Paraná. E agora, em 2012, seria a vez de Santa Catarina.
No clima catarinense, e em ambientes fechados, o vírus pode viver de 30 minutos a duas horas ou mais, o que aumenta a possibilidade da população ser atingida. Ele utiliza a maçaneta das portas para explicar a situação.
– Quanto mais tempo o vírus ficar vivo na maçaneta, mais pessoas poderão tocar ali. Ele não se move, quem carrega o H1N1 são as pessoas. Se ele estiver na porta de um ônibus, mas do lado de fora, vai viver menos, cerca de 15 minutos, porque ele também não suporta frios intensos. Mas se for transportado para dentro, no ambiente fechado e úmido, ele sobrevive mais e, consequentemente, mais pessoas correm o risco de pegar a doença – explica.
Ele reitera a importância da população ficar sempre alerta durante todo o inverno, não somente com a gripe A, mas com todas as doenças respiratórias que crescem neste período.
ALINE REBEQUI
ORGANIZAÇÃO SOCIAL
Seleção para 439 vagas no Samu
A Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina vai preencher 439 vagas de diversos cargos, visando a atender as necessidades do Serviço de Atendimento Móvel – Samu, em diversas cidades do Estado de Santa Catarina.
As inscrições para a seleção estão abertas até o dia 2 de julho. Os salários oferecidos estão na faixa R$ 1.080 a R$ 3,6 mil, dependendo do cargo pretendido. Serão selecionados candidatos com ensino médio, ensino médio técnico e ensino superior.
Os candidatos podem fazer as inscrições apenas pelo site (www.spdmpais.org.br). As taxas de inscrição custam R$ 35 para disputar vagas de Ensino médio e técnico; e R$ 60 para as funções de ensino superior.
Profissionais com nível médio e médio técnico são buscados para serviços de assistente administrativo, motorista socorrista, rádio-operador e técnico de regulação médica. Os salários para essa faixa variam de R$ 1.080 a R$ 1.366,95, com uma carga horária semanal de 30 a 40 horas dependendo do cargo.
A SPDM também irá recrutar profissionais de nível superior, conforme descrito nas tabelas abaixo. Além de salário de R$ 1.388 – para 20 horas semanais – e R$ 2.028 para 36 horas semanais e o cargo de médico R$ 3,6 mil por 12 horas semanais. As provas devem acontecer no dia 15 de Julho, e a partir de 9 de julho o candidato poderá conhecer o local da prova.