PARA INCENTIVAR A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
O Ministério da Saúde e o Facebook fizeram uma parceria para ampliar os transplantes no Brasil. Uma ferramenta disponível no perfil do usuário possibilita que ele mostre o desejo de ser doador.
PELO FACEBOOK
Para “curtir” a doação de órgãos
Campanha conjunta entre a rede social e o Ministério da Saúde facilita a divulgação do desejo de doar entre os brasileiros
Além de perguntar sobre filmes preferidos e locais de trabalho, agora o Facebook disponibiliza no Brasil o campo “doador de órgãos”, para que o internauta possa deixar visível essa opção. A ferramenta está disponível no site desde ontem.
Com a ferramenta, o Ministério da Saúde pretende ampliar a cultura da doação de órgãos no país. Funcionalidade semelhante foi lançada nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha em maio deste ano.
–Acreditamos que essa iniciativa vai aumentar ainda mais o número de doadores, facilitar para que qualquer indivíduo deixe clara sua opção, registre em vida. Acreditamos que vamos criar um burburinho sobre isso, dialogar com um público jovem – disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
– Essa parceria vai poder dar a possibilidade de as pessoas, de maneira muito simples, declararem sua intenção. No momento em que for necessário, a família e os amigos saberão da intenção da pessoa – afirmou Alexandre Hohagen, vice-presidente do Facebook para a América Latina. A rede agrega mais de 37 milhões de usuários no país.
Santa Catarina ainda é a líder no ranking dos estados no número relativo de doadores de órgãos, com o o índice de 26,9 doadores por milhão de população. Em 2011, este número foi de 25,2 doadores. Os números são do Registro Brasileiro de Transplantes, publicado pela Associação Brasileira de Transplantes.
No Brasil, cabe à família a palavra final sobre a doação. A ideia da funcionalidade é facilitar a manifestação da pessoa e, assim, incentivar a família na hora da decisão.
LIPOASPIRAÇÃO
Família diz que houve negligência
Comerciante teria recebido alta mesmo sentindo dores e morreu dois dias após realizar a cirurgia
A família da comerciante Valdirene dos Santos de Campos, de 36 anos, que morreu dois dias após uma lipoaspiração em Criciúma, no Sul do Estado, está inconformada com o que considera negligência médica.
Segundo os parentes, mesmo com as queixas de dores após deixar o hospital, ela não recebeu a atenção ou orientação necessária por parte do médico que fez a cirurgia.
O procedimento estético era planejado por Valdirene há dois anos e foi feito em um hospital particular de Criciúma na quarta-feira passada. De acordo com a cunhada Zoraide Rocha, os problemas teriam começado durante a cirurgia.
– Ela foi para o bloco cirúrgico por volta das 7h30min e deveria ir para o quarto quatro horas depois, mas a lipoaspiração só terminou oito horas mais tarde – explicou.
No quarto e acompanhada de uma outra cunhada, Valdirene seguiu sentindo dores no abdomên, mas recebeu alta no dia seguinte. Como a sensação de desconforto no local da cirurgia aumentava, a família tentou diversas vezes contato com o médico, que disse ser normal aquela reação.
Por volta das 20h30min de sexta-feira, a comerciante teve o estado de saúde agravado e precisou ser levada pelo Samu ao pronto socorro de Forquilhinha, onde vivia com o marido Valdair e os filhos Douglas, 17 anos, e Diogo, oito anos. Ela chegou com parada cardiorrespiratória e morreu.
Segundo o atestado de óbito, a causa da morte foi choque hipovolêmico causado por hemorragia no abdômen.
– Queremos justiça porque foi uma cirurgia em um hospital privado e o médico não deu a atenção quando ela estava com muitas dores. Errar qualquer um pode errar, mas nesse caso houve indiferença e negligência – diz a cunhada Zoraide.
A assessoria do hospital onde foi feita a cirurgia informou que a instituição vai analisar o caso hoje com o médico, que está retornando de uma viagem ao exterior.
MARCELO BECKER | Criciúma