SAÚDE PÚBLICA
Déficit de leitos de UTI gera colapso
Falta de vagas em Joinville chega a nível crítico. Ontem, havia três hospitais lotados
O caso de Erondina Gomes, 74 anos, que passou mal no fim de semana e teve de ser internada no PA Leste por causa da falta de leitos de UTI nos hospitais públicos de Joinville, expõe um gargalo da saúde pública do município. Com mais de 500 mil habitantes, Joinville dispõe de apenas 51 leitos de UTI pelo SUS. Ontem, as duas UTIs para adultos estavam lotadas.
Erondina foi vítimas do colapso de um sistema que já funciona no limite. Sob pressão do Ministério Público, ela ocupou um leito de UTI improvisado no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt.
Coordenador do Samu de Joinville, que indica os leitos disponíveis, Niso Eduardo Balsini relata que “a busca é diária”. Pelas contas da Organização Mundial da Saúde (OMS) – o ideal é um leito de UTI para cada 3.030 habitantes –, Joinville precisaria de 170 vagas. O déficit decorre de outros problemas.
No Regional, dez dos 20 leitos estão funcionando. Faltam médicos. No Hospital Municipal São José, o atraso nas obras do Complexo Ulysses Guimarães, que se arrastam desde 2005, impede a criação de mais 30 leitos de UTI.
Na Maternidade Darcy Vargas, os dez leitos da UTI neonatal estão sempre ocupados, diz o diretor Fernando Marques Pereira. Apenas o Hospital Infantil supre a demanda. A média de ocupação é de 70% nos dez leitos pediátricos e de 95% nos sete neonatais.
Contraponto
e s ta d o
O secretário Dalmo Claro de Oliveira afirma que há projeto sob análise da Vigilância Sanitária para
criar 23 leitos de UTI neonatal no Hospital Infantil até o fim de 2013. Há outro plano para abrir mais 20 vagas de UTI na emergência do Regional. A intenção é abri-las até o fim de 2014.
m u n i c í p i o
Segundo a secretária Antônia Maria Grigol, a perspectiva é de que em 2013 entrem em funcionamento 29 leitos de UTI do Complexo Ulysses Guimarães, que podem amenizar a necessidade do Hospital São José.
Tratamento
No dia 22, será realizado seminário em Joinville para tentar amenizar um dos gargalos no tratamento de dependentes químicos na cidade: a dificuldade de casas terapêuticas conseguirem acessar recursos públicos devido às exigências burocráticas, entre outras demandas.
Articulação
Quem toca o projeto é um grupo formado por integrantes do Judiciário, MP e polícia. São feitas reuniões para decidir como enfrentar a associação entre drogas e criminalidade. Foi aí que nasceu, por exemplo, o protocolo de comunicação de ocorrência ao sistema de tratamento do município (Caps AD).
Mais atendimento
Só entre as igrejas, são sete clínicas dos católicos e 12 dos evangélicos. A rede tem também outras ONGs. Apesar da demanda de Joinville – “em um patamar assustadoramente alto, como sempre”, diz o juiz João Marcos Buch –, há vagas sobrando para atendimento nas clínicas
SAÚDE
Faltam leitos nas UTIs de Joinville
Cidade conta com 51 vagas em funcionamento, sendo que o ideal seria 170
Joinville está com as UTIs lotadas. A cidade, que possui mais de 500 mil habitantes e é a primeira economia do Estado, conta apenas com 51 leitos de UTI no Sistema Único de Saúde (SUS).
O coordenador do Samu de Joinville, Niso Balsini, relata que a busca de leitos de UTI é diária. Ele explica que, além da demanda do município ser bem maior do que a oferta de vagas em UTI, a cidade também recebe pacientes de toda a região:
– Nem sempre conseguimos devolver esses pacientes para suas cidades devido ao estado de saúde deles.
Entretanto, a falta de vagas em UTI em Joinville também é decorrente de gargalos da saúde pública. No Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, apesar de haver 20 leitos, apenas 10 estão em funcionamento, todos ocupados. O diretor da unidade, Renato Castro, esclarece que as vagas restantes foram fechadas devido à falta de médicos.
No Hospital Municipal São José, que hoje conta com 14 leitos, todos ocupados, o problema é o atraso na conclusão do Complexo Ulysses Guimarães, que se arrasta desde 2005. A obra, que já custou R$ 15,7 milhões, somaria mais 30 leitos de UTI à cidade.
O Hospital Materno Infantil Doutor Jesser Amarante Faria, que hoje dispõe de 17 vagas, ainda consegue suprir a demanda.
Conforme a assessoria da maternidade, há uma média de ocupação de 70% nos 10 leitos pediátricos e 95% nos sete neonatais.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que haja um leito para cada 3.030 habitantes. Sendo assim, Joinville teria de possuir 170 vagas, número mais de três vezes maior que o ofertado hoje no município.
O secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, afirma que já há um projeto em fase de conclusão sendo analisado pela Vigilância Sanitária para a criação de outros 23 leitos de UTI neonatal no Hospital Infantil, até o final de 2013. Há outro projeto para a criação de mais 20 vagas de UTI para a emergência do Regional, previstas para entrar em funcionamento até o fim de 2014.
A secretária de Saúde de Joinville, Antônia Maria Grigol, disse que devem estar em funcionamento, até 2013, 29 leitos de UTI Geral do Ulysses Guimarães, que podem amenizar a necessidade do São José.
Joinville
SAMU
Órgão passa a ter hoje nova gestão
Hoje, começa a nova gestão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de SC. Quem assume o serviço é Associação Paulista para Desenvolvimento de Medicina, organização social (OS) que venceu a licitação. De acordo com o contrato, a OS assume, também, as unidades de suporte avançados (USAs), as centrais regionais de emergência (CRE), os veículos de intervenção rápida (VIR) e o Samu aéreo (helicóptero Arcanjo).
De acordo com a Secretaria da Saúde, de SC, o atendimento aos chamados deve ser mais rápido, pois agora o número de funcionários estará adequado às portarias e necessidades. Além disto, indicadores de qualidade do serviço prestado fazem parte do contrato de gestão e serão monitorados regularmente pela secretaria e pela Comissão de Avaliação e Fiscalização.
Organização Social assume gerência do SAMU com a contratação de novos profissionais
A partir desta quarta-feira, 1º de agosto, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Santa Catarina passa a ser gerenciado pela Organização Social (OS) Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina – SPDM. Com o novo modelo de gestão adotado pelo Governo do Estado, que dará mais agilidade, eficiência e qualidade ao atendimento prestado à população, o quadro de funcionários terá um acréscimo de aproximadamente 400 profissionais.
Os novos funcionários foram contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) por meio de processo seletivo. Os servidores efetivos atualmente lotados e atuando no Samu, e que optaram por continuar no setor, foram mantidos em seus locais de trabalho, sem prejuízo financeiro e funcional.
A OS será responsável a partir de agora pelo gerenciamento das Unidades de Suporte Avançado (USA), Centrais Regionais de Emergência (CRE), dos Veículos de Intervenção Rápida (VIR) e também do Samu aéreo (helicóptero Arcanjo). O valor mensal para custeio de todas as despesas referentes aos serviços prestados será de R$ 7,56 milhões. Isso inclui gastos com funcionários, medicamentos, material permanente, manutenção dos veículos, entre outros.
Para o secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, a nova maneira de administração dará mais agilidade ao atendimento de urgência. “O atendimento aos chamados com certeza será muito mais rápido e eficaz, pois agora o número de funcionários, especialmente de médicos e enfermeiros, está adequado às portarias e necessidades”, destaca o secretário.
Segundo ele, indicadores do controle de qualidade do serviço prestado fazem parte do contrato de gestão com a OS e os resultados alcançados serão monitorados regularmente pela Secretaria de Estado da Saúde e por uma Comissão de Avaliação e Fiscalização.
Samu
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) foi implantado no Estado de Santa Catarina em novembro de 2005, baseado nas portarias 2048 de novembro de 2002, 1863 e 1864 de setembro de 2003, e por meio de uma ampla parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde, Conselho de Secretários Municipais de Saúde de SC (Cosems-SC) e Ministério da Saúde (MS).
Um dos principais objetivos do Samu é realizar o atendimento médico pré-hospitalar de urgência, tanto em casos de traumas como em situações clínicas, prestando os cuidados médicos apropriados ao estado de saúde do cidadão e, quando se fizer necessário, transportá-lo com segurança e com o acompanhamento de profissionais do sistema até o ambulatório ou hospital.
Estrutura
O Samu conta hoje com uma central de regulação em Joaçaba e centrais integradas em Balneário Camboriú, Florianópolis, Blumenau, Criciúma, Chapecó, Lages e Joinville. A estrutura conta uma frota de 22 Unidades de Suporte Avançado (USA), 101 Unidades de Suporte Básico (USB), quatro Veículos de Intervenção Rápida (VIR) e dois helicópteros, mantendo parcerias com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Rodoviária Federal, com uma média de 23 mil atendimentos mensais. Desde a sua implantação no território catarinense, o Samu já prestou mais de 1,4 milhão de atendimentos