SAÚDE
HIV ainda é realidade em recém-nascidos
Em 2011, SC registrou 16 casos. Para o governo, problema deveria estar zerado
Apesar de cair nos últimos anos, a transmissão do vírus HIV de mãe para filho ainda é realidade em Santa Catarina. Em 2011, foi identificado o contágio de 16 crianças entre zero e nove anos desta forma. O cenário já é bem melhor do que em 1997, quando houve 84 casos, mas especialistas apontam que, com o avanço da saúde pública e a distribuição gratuita de medicamentos pelo governo, a incidência já deveria estar zerada.
Um ponto frágil ainda está no acompanhamento da própria gestação: o boletim preliminar divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) esta semana revela que a forma mais recorrente de contágio ainda é durante o parto. O levantamento diz que 65% dos bebês catarinenses que já apresentam sintomas da Aids contraíram o vírus desta maneira. O restante dos casos foi durante a gestação (35%). A amamentação pode aumentar em até 22% a possibilidade de contaminação do bebê.
A gerente de DST/Aids da Dive, Maria da Graça dos Anjos, explica que mulheres devem fazer o exame no primeiro e terceiro mês de gravidez. Um dos números que podem explicar a contínua incidência do HIV é “feminização” do vírus. O boletim da Dive mostra que a proporção da doença é de 1,8 homem para cada mulher infectada.
AIDS NA INFÂNCIA
Diagnóstico ainda distante
Casos de HIV em recém-nascidos já poderiam estar zerados, mas falta de acompanhamento e de exames atrasa esta meta
Apesar de cair nos últimos anos, a transmissão do vírus HIV de mãe para filho ainda é realidade em Santa Catarina. Em 2011, foi identificado o contágio de 16 crianças entre zero e nove anos desta forma.
O cenário já é bem melhor do que em 1997, quando houve 84 casos notificados, mas especialistas apontam que, com o avanço da saúde pública e a distribuição gratuita de medicamentos pelo governo, a incidência já deveria estar zerada.
Um ponto frágil deste cenário ainda está no acompanhamento da própria gestação: o boletim preliminar divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) esta semana revela que a forma mais recorrente de contágio ainda é durante o parto. O levantamento diz que 65% dos bebês catarinenses que já apresentam sintomas da Aids contraíram o vírus desta maneira. O restante dos casos ocorre durante a gestação (35%), e a amamentação aumenta em até 22% a possibilidade de contaminação.
Medicamento reduz incidência em até 98%
A gerente de DST/Aids da Dive, Maria da Graça dos Anjos, explica que mulheres devem fazer o exame no primeiro e terceiro mês de gravidez.
– Nem todas as pessoas pedem o diagnóstico, mas quanto mais cedo, mais fácil se previne o contágio do bebê – afirma Maria da Graça, adicionando que o uso correto do medicamento durante a gestação reduz as chances de contágio em 98%.
Para a médica especialista em Saúde Pública e mestre em Saúde Rosalie Kupka Knoll, o Estado precisa avançar no estímulo ao diagnóstico precoce. O fato de os bebês contraírem a doença das mães revela que ainda há falhas na prevenção. Na avaliação de Rosalie, o acesso gratuito aos antirretrovirais (medicamentos que dificultam a multiplicação do HIV) é importante, mas a saúde pública precisa investir no acompanhamento afetivo das mães soropositivas e estimular o diagnóstico.
– Muito se fala em remédio, mas pouco em prevenção. É comum ver mulheres com seis meses de gestação soropositivas que sabem do diagnóstico tardiamente. É preciso saber como lidar com essas mulheres e ajudá-las a prevenir o contágio ao bebê – avalia.
CAROLINE PASSOS
AIDS NA INFÂNCIA
Muitos têm medo do exame
No Brasil, estima-se que 30% dos portadores do vírus HIV desconhecem o diagnóstico. Dentro desta estatística, cerca de 500 pessoas em Santa Catarina podem não saber que são portadoras. Assim, os 1,7 mil casos notificados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) em 2011 cresceriam para mais de 2,2 mil.
O diretor da Dive, Fábio Gaudenzi de Faria, explica que o Estado trabalha em ações para estimular a testagem, garantindo o diagnóstico precoce. De acordo com o diretor, o governo estadual atua em conjunto com os municípios, que fazem campanhas conforme cada caso. Entre as medidas, Santa Catarina quer aumentar o número de locais disponíveis para a coleta de sangue, facilitando o acesso dos pacientes. Com isso, os exames podem ser feitos em unidades de saúde.
De acordo com Faria, outro investimento que o Estado faz é a capacitação dos profissionais de saúde. O objetivo é que as pessoas que trabalham com saúde orientem os pacientes para incentivá-los a fazer o teste. Além disso, há um programa federal chamado Saúde na Escola que trabalha com educação sexual nas instituições de ensino.
– As pessoas têm medo de fazer o teste, mas elas precisam, antes, ter medo das atitudes de risco. São elas que podem levar ao contágio – argumenta o diretor da Dive.
No Brasil, a distribuição gratuita de medicamentos antirretrovirais, que dificultam a multiplicação do HIV, ocorre desde 1991. O país foi tratado como referência no relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). De acordo com o documento, o país fabrica 10 dos 21 medicamentos distribuídos gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, economizou US$ 97 milhões com a diminuição de custos na compra de remédios. Para o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, a perspectiva é de que em 2015 o número de infecções em crianças fique próximo a zero.
ARTIGOS
Aleitamento materno, por Livia Mayumi Nakazora*
Amamentar hoje é pensar no futuro. Amamente e alimente um futuro com mais saúde para seus filhos. Este slogan define o tema da Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada de 1º a 7 de agosto. Amamentar vai muito além do que apenas nutrir a criança. É um processo em que há profundo envolvimento entre mãe e filho, criando um vínculo capaz de repercutir, além do estado nutricional do bebê, no seu bom desenvolvimento funcional e mental.
As vantagens do aleitamento materno são múltiplas e já bastante reconhecidas, existindo um consenso mundial de que a sua prática exclusiva é a maneira mais nutritiva de alimentar as crianças até os seis meses. O aleitamento materno previne infecções gastrointestinais, respiratórias e urinárias; contribui para a formação e fortalecimento do sistema imunológico da criança, com efeito protetor sobre as alergias e intolerâncias alimentares; estimula a criança a distinguir sensações de fome e saciedade, colaborando para a prevenção de obesidade; aumenta o desenvolvimento intelectual e, ainda, faz com que os bebês se adaptem melhor a outros alimentos.
Após os seis meses, iniciar o consumo de alimentos complementares é recomendável para que todas as necessidades nutricionais de uma criança em crescimento sejam adequadamente atendidas. Contudo, manter a amamentação continua sendo importante para complementar a ingestão energética e de macro e micronutrientes.
Amamentar é um ato que se aprende. Deste modo, é essencial que haja esclarecimentos a respeito da amamentação e seus benefícios, já que se trata de um momento onde há muitas dúvidas, preocupações e ansiedade. Por isso, é importante procurar um profissional que disponha de informações úteis referentes à amamentação.
*Nutricionista da Unimed Grande Florianópolis
Novo espaço para velório no IPQ
Colônia Santana. Capela mortuária deve ficar pronta até final do mês de setembro
São José- Enquanto pedreiros terminam ostrabalhos no exterior da capela mortuária do Hospital Colônia Santana, em São José, uma equipe de pintores prepara as paredes para receber tinta. Metade do espaço será destinada a velórios de pacientes do IPQ ( Intituto de Psiquiatria), outra parte será utilizada por moradores do bairro Colônia Santana. A previsão é de que as obras sejam finalizadas até o fim do mês de setembro.
O modelo da capela mortuária foi copiado pelo administrador do IPQ, Jair Costa, durante uma visita à cidade de Vacaria (RS). As obras começaram há 90 dias, no terreno do Instituto. O prédio de 200 metros quadrados será dividido ao meio por uma parede de vidro fosco.
“A prefeitura doou material para fazermos a parte que será utilizada por moradores do bairro Colônia Santana”, detalhou. O espaço será climatizado e para que os visitantes possam visualizar a pessoa velada o caixão ficará em uma base de mármore inclinada 45º.
Governador e vice autorizam conclusão das obras do Cepon
Após uma semana da inauguração da segunda etapa das obras do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), o governador Raimundo Colombo e o vice Eduardo Pinho Moreira autorizaram, nesta quinta-feira, 2, a abertura da licitação para executar a terceira fase das obras do complexo oncológico. “Colocar mais salas de cirurgia, UTI e ativar toda a parte de enfermaria de mais um andar é uma grande conquista”, afirmou o governador.
O projeto do segundo pavimento do Complexo Oncológico Wilson Kleinubing, localizado no bairro Itacorubi, está orçado em R$ 15 milhões. O recurso será disponibilizado por meio do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Programa Pacto por Santa Catarina. Depois que for definida a empresa vencedora da licitação, a mesma terá o prazo de 18 a 24 meses para conclusão das obras. “A gente fica muito feliz de poder entregar uma obra e iniciar outra logo em seguida, que vai melhorar muito a saúde de Santa Catarina”, enfatizou Colombo.
Na última semana, foram inaugurados o Centro Cirúrgico Ambulatorial, a Unidade de Internação, o Ambulatório de Intercorrências e a complementação do Serviço de Diagnóstico por Imagem, além do Pronto-Atendimento Oncológico. Com as novas obras de edificação, que incluem também dez novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e quatro salas para cirurgia, o complexo permitirá a realização de procedimentos de alta complexidade, como cirurgias na cabeça, no pescoço e na região torácica e abdominal.
O secretário de Estado da Saúde, Dalmo de Oliveira, explicou que as inaugurações dos 38 leitos da segunda etapa e as novas obras trarão uma capacidade maior ao Cepon em volume de serviço. Dalmo acrescentou, ainda, que a nova estrutura acarretará no aumento da qualidade do atendimento aos pacientes. “O Cepon, que já é referência no tratamento do câncer para toda a Grande Florianópolis e outras regiões, vai ter ainda mais estrutura para cuidar das pessoas.”
Participaram ainda do ato o secretário-adjunto da Saúde, Acélio Casagrande, além da diretoria do Cepon, formada pelos médicos Maria Tereza E. Schoelle, Lucilda Cerqueira Lima e Lincoln Abreu