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OPINIÃO DE A NOTÍCIA


O peso dos acidentes
Na edição de hoje, dentro da cobertura da Semana Nacional do Trânsito, “AN” aborda o peso dos acidentes de trânsito na saúde pública de Joinville, em especial nos gastos dos hospitais São José e Hans Dieter Schmidt. Os dados são impressionantes. E como é sabido, a rede hospitalar tem limites e os acidentes de trânsito acabam impedindo que outros necessitados do SUS fiquem sem atendimento. A cadeia provocada pelos acidentes, com mortes, invalidez ou redução da capacidade de trabalho, perdas materiais, entre tantos outros impactos negativos, também ajuda a sobrecarregar um sistema já incapaz de atender satisfatoriamente a toda a demanda.

A tragédia dos acidentes de trânsito, com elevado número de mortes na maioria das cidades de grande e médio porte (como Joinville, em escala nacional) é de conhecimento de todos, mas aparenta haver uma impotência no enfrentamento do problema pela sociedade, como mostram os números crescentes. A Semana Nacional de Trânsito reforça esse debate e dá oportunidade de ampliar a discussão, de insistir ainda mais em direção defensiva, maior cuidado, reforço na fiscalização, entre outras medidas. Não dá para esmorecer.

 

Geral


SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
Custo que vale a pena cortar
Acidentes de trânsito sobrecarregam hospitais públicos de Joinville, aumentam as filas de cirurgias eletivas e geram despesas que poderiam ser investidas para melhorar a saúde


A conta atinge bolsos públicos e privados. Enquanto o azulejista Ricardo Silva Kruge, 34 anos, passou a ocupar um leito no Hospital Municipal São José, em Joinville, quando caiu de motocicleta no dia 8, a aposentada Maria de Fátima da Rosa Francisco, 60, paga sessões de hidroterapia para se recuperar de um atropelamento sofrido há seis anos. O gasto­ extra poderia estar longe do orçamento de Maria de Fátima, assim como a redução no número de vítimas de trânsito ajudaria a desonerar a saúde pública de Joinville.

Apenas neste ano, com 1,8 mil acidentados atendidos, o São José teve de gastar quase R$ 11,3 milhões. Referência no Norte de SC no atendimento desses pacientes, o hospital recebe 3 mil vítimas do trânsito por ano (mais de 100 motociclistas por mês). No caso de Ricardo, a passagem por pronto-socorro, centro cirúrgico, de recuperação e internação têm custo estimado em R$ 5.973,05. Não inclusos fisioterapia e remédios para dor de que pessoas com sequelas precisam.

Reduzir em 50% a conta ajudaria o hospital a guardar dinheiro para pagar, em três anos, o término do Complexo Ulysses Guimarães, que se arrasta há seis anos. Em 2011, foram 2.993 acidentados e quase R$ 18 milhões, dos quais R$ 6 milhões custeados pelos SUS. Gerente clínico do São José, Daly Silva Alvarez diz que há impactos em outros pacientes. A cada duas cirurgias de emergência, seis na fila por cirurgia pré-agendada (eletiva) deixam de ser operados. “Aí, fica esta montanha de gente esperando.”

No Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, foram 892 acidentados neste ano, ou R$ 22,3 mil; em 2011, foram 1.502 – R$ 35,5 mil. A diferença é que a unidade não recebe os casos mais graves. A estimativa é de que cada paciente custe R$ 25 (consulta, curativos e raios-x).

gisele.krama@an.com.br

 

 

SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
Internação e reabilitação duram meses

O tratamento de vítimas de acidentes de trânsito continua depois que o risco de morrer cessa. Sessões de fisioterapia, por exemplo, são custeadas pelo Ministério da Saúde. Em Joinville, sete clínicas são credenciadas para atender pelo SUS. O acidentado é encaminhado para as sessões pelo próprio Hospital São José. Pelas contas da Secretaria Municipal de Saúde, cada sessão custa R$ 6,35 – são necessárias, em média, 20. Só neste ano, foram gastos R$ 240.157 na cidade apenas em reabilitação fisioterápica.

Entidades especializadas que ajudam na recuperação de pessoas com sequelas também desembolsam uma quantia todos os meses. Apesar de pessoas que sofreram derrames serem o seu principal público, a Associação dos Deficientes de Joinville (Adej) é uma delas. Principalmente motociclistas são encaminhados para fisioterapia na entidade.

Segundo o presidente da Adej, Carlos Eduardo Farias, há acidentados em reabilitação motora há mais de 5 anos. Chegaram a criar laços com a entidade. A associação gasta cerca de R$ 30 mil para pagar três fisioterapeutas, um fonoaudiólogo, um psicólogo, um terapeuta ocupacional e uma assistente social. Um terço do custo é por causa dos acidentados de trânsito. Não fosse a demanda, Carlos comenta que poderia comprar mais equipamentos, aumentar salários e expandir o horário de atendimento.

Um dos atendidos na Adej é a aposentada Maria de Fátima Francisco. Ela sofreu traumatismo craniano e fraturou a perna esquerda e a bacia ao ser atropelada enquanto cruzava uma marginal da BR-101. “Foi terrível. Fiquei 72 dias internada, 16 deles em coma induzido”, conta. Depois de tanto tempo, ela sente o peso das sequelas. Para andar, só com bengala. Até estender roupas no varal ou subir em uma cadeira para pegar algo em uma prateleira ficou difícil.

Já o azulejista Ricardo Silva Kruge começa apenas agora a trilhar o caminho do tratamento. O tombo de moto que sofreu a caminho do Centro, para pagar contas, renderá a ele seis meses para tratar a perna quebrada logo abaixo do joelho. Depois, a missão será reaprender a andar.

 

 


MATERNIDADE DARCY VARGAS
Reforma pronta no mês que vem
Equipamentos para mudança da subestação estão na fase de instalação

A reforma do centro cirúrgico da Maternidade Darcy Vargas pode, enfim, terminar. A maratona de licitações que emperraram a obra terminou com a aquisição de nobreaks, que devem chegar nos próximos dias. Para estrear o espaço reformulado, falta a instalação do novo equipamento, o teste do ar-condicionado central e a transferência da energia para o novo transformador, com o dobro de capacidade. A expectativa é de que esteja tudo pronto até o dia 30 de outubro.

Na próxima sexta, toda a energia do hospital passará o dia mantida pelo gerador instalado no começo deste ano. Enquanto isso, equipes preparam o novo sistema de abastecimento elétrico para comportar o novo transformador. A mudança da subestação foi o principal motivo para o atraso das obras, que já duram dois anos e sete mês.

Neste período, mais de 12 mil bebês nasceram em locais improvisados. As cesarianas passaram para a sala de parto, e os partos normais, para área de pré-parto. O diretor da Maternidade Darcy Vargas, Fernando Marques, diz que, mesmo com a situação provisória, não houve aumento no número de infecção hospitalares ou complicações. Mas no ano passado, funcionários reclamaram da falta de espaço e até do calor.

“A parte física do centro cirúrgico já está pronta. Quando iniciaram, as obras eram só pintura e piso. Aí perceberam que tinham que fazer mais coisas”, explica o diretor. Esta nova situação pesou também nas contas do governo do Estado. A obra começou com R$ 296 mil de custo e já está em R$ 869.427,00. O diretor espera fechar o ano com a rotina restabelecida. “Peço desculpa e a compreensão da população.”

Mas o secretário de Saúde, Dalmo de Oliveira, não confirmou a possível inauguração para o fim de outubro. “Acredito que dá para ficar pronto até lá”, comentou, sem prometer prazo. Ele confirmou também os valores que serão investidos na maternidade pelo Pacto pela Saúde, lançado na terça-feira.

Serão R$ 2,8 milhões investidos em adequações do hospital. Não será uma reforma, apenas adaptações conforme as normas da Associação Nacional de Vigilância Sanitária – itens como mudanças no forro, régua de parede e camas. As alterações físicas devem custar R$ 1,56 milhão e de equipamento, R$ 1,2 milhão.

 

 


SAÚDE
Remédio de controle do colesterol volta aos postos

Depois de três meses, a Secretaria Municipal de Saúde autoriza a licitação para a compra de remédios. A sinvastatina, indicada para o controle do colesterol, já está disponível nos postos de saúde. O carbonato de cálcio (para osteoporose) também teve o estoque regularizado. No total foram comprados 225 itens, entre eles, a sinvastatina 20mg, 40mg e 80mg. Os remédios seriam suficientes para garantir um ano de estoque.

 

 

 

Visor

 

EPIDEMIA DA PEDRA
Números apresentados durante reunião do programa Crack, é Possível Vencer, do governo federal, mostram que 98% dos menores infratores em SC (cerca de mil adolescentes) e 75% dos apenados (17 mil pessoas) têm envolvimento com drogas. O crack assumiu características de epidemia. Na área da Segurança Pública, 80% dos crimes de furto e roubo são praticados para sustentar o vício da droga. Santa Catarina aderiu ao programa no mês passado e a coordenação é da SSP
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