PORTAL | Jefferson Saavedra
O DESAFIO DA MAMOGRAFIA
Um dos desafios da campanha de prevenção ao câncer de mama em Joinville é vencer a resistência ao exame de mamografia. No ano passado, a Secretaria de Saúde tinha a meta de levar o exame a 40% das mulheres da faixa etária indicada. Ficou em 18% porque a procura foi baixa. Neste ano, já há recuperação, com 23% das mulheres com exame feito. Um dos motivos é a abertura de postos em horários diferenciados, com objetivo de atrair quem trabalha. O exame é recomendado a partir dos 40 anos. Não há fila na mamografia. O segundo exame, se necessário, o ultrassom, leva mais tempo, mas sai.
Antes do anexo
Médico com atuação na área de gestão escreve para sugerir ao governo do Estado que reabra as salas de cirurgias do hospital antes de pensar em ampliação do Regional de Joinville. “Se as quatro salas reabrirem, dobra a capacidade. Mas estão fechadas há 12 anos. E querem falar em anexo de 18 andares? Não dá”, diz.
HOSPITAL SÃO JOSÉ
Do papel para o banco de dados
Digitalização de arquivos permitirá maior controle de documentos
Pilhas de papéis do arquivo do Hospital São José devem ser digitalizadas nos próximos meses. A medida foi tomada para agilizar o sistema de busca, que até então era baseado em localizar uma caixa em meio a centenas de prateleiras. Com a inclusão dos documentos, vai ser possível acessar via computador ou pela internet as informações. Cada documento contábil, como nota fiscal, vai ser escaneado e jogado no sistema.
Este é o segundo round de digitalização no hospital. O primeiro registrou 26.770 prontuários. Nesta rodada, deve passar de 300 mil páginas do início de 2009 até 2012, das quase um milhão do arquivo. O custo é de R$ 68,8 mil pago à Microimagem, empresa ganhadora da licitação e que já prestou o serviço no último round de digitalização.
Outro ponto importante, destacado pelo gerente administrativo do Hospital São José, Anderson Lobo, é a segurança em caso de incêndio ou de umidade.
Novo sistema
Os documentos ficam registrados no banco de dados, mesmo que o original sofra alguma corrosão. A empresa ganhadora da licitação terá até o fim do ano para digitalizar os documentos. Lobo destaca que esta ação é independente do novo sistema de informática, que entrou em operação no início deste ano.
A estrutura do Serviço do Arquivo Médico e Estatística (Same) está praticamente abarrotada de documentos. Segundo a supervisora Maricelda Maroni, a vida útil do arquivo tem uma sobrevida de mais um ano. Para certos tipos de documentos, não há mais espaço. Para piorar a situação, algumas páginas nunca poderão ser descartadas, como prontuários médicos e exames. “Foi aberta mais uma sala para arquivo de contabilidade”, conta Maroni.
Só de prontuários, são mais de 250 mil desde 1974, parte microfilmado e outra digitalizada. Todos os documentos estão organizados em mais de 25 estantes de aço e 11 pessoas são incumbidas da missão de arquivar as mais de mil páginas que chegam todos os meses, num processo acumulativo. Só se descarta um papel quando é pego pelas traças, pelo mofo ou pela umidade.
SAÚDE - Greve a quatro dias das eleições só pode responder por motivação política. É por esses e por outras que as categorias funcionais acabam caindo no descrédito à luz da opinião pública.
Visor- Rafael Martini
VAI ENTENDER
O governo do Estado aceitou manter o pagamento da hora-plantão aos servidores da Saúde enquanto durasse as negociações do “estado de greve”. A categoria temia perdas salarias com a contratação dos 611 novos funcionários, já que muitos contam com a hora extra como parte fundamental do seu orçamento pessoal. Mesmo com a vitória no primeiro round, os servidores decidiram pela greve. Agora, o governo vai cortar tudo. E ainda tem quem acredite que a greve é a saída mais acertada para recuperar as perdas salariais, que são históricas.
Geral
VENDAS LIBERADAS
Médicos vão parar dia 10
No mesmo dia em que o Ministério da Saúde e a ANS suspenderam a comercialização de 301 planos de saúde de 38 operadoras do país devido ao mau atendimento, médicos informaram os órgãos de que irão paralisar atendimentos a partir de 10 de outubro. O protesto acontecerá até 25 de outubro, com a suspensão de consultas e outros procedimentos eletivos.
No comunicado formal ao ministério, a classe médica "tem sucessivamente, apontado situações que desrespeitam pacientes e profissionais em seus direitos”, informa o ofício assinado pelos presidentes da Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
Segundo os médicos, há um desequilíbrio no setor. "No Brasil, o mercado de planos de saúde cresce cerca de 5% ao ano, o que garante grande faturamento às operadoras (cuja receita em 2011 foi de R$ 82,4 bilhões), sem suficiente contrapartida em termos de valorização do trabalho médico e na oferta de cobertura às demandas dos pacientes", afirmam.
Espera é de até 79 dias no Estado
Na edição de domingo, o Diário Catarinense publicou reportagem especial alertando para a demora dos pacientes em agendar consultas por meio de planos de saúde. A matéria foi construída a partir de 108 ligações para médicos e clínicas, tentando marcar consultas para as quatro especialidades mais procuradas em Florianópolis, Joinville e Chapecó.
Nas mesmas cidades, foi feita uma comparação com o tempo de espera por consulta na rede pública de saúde. Apesar de não haver nenhum plano catarinense na lista de suspensões da Agência Nacional de Saúde, constatou-se que, em vários casos, o Sistema Único de Saúde (SUS) é mais ágil do que os convênios privados.
A constatação extrema ocorreu na especialidade de ginecologia. Na tentativa de agendar com um médico desta área, o DC recebeu a resposta que, pelo plano de saúde, o pacientes precisaria esperar até 79 dias, ou seja, 72 dias a mais do que prevê a norma que rege o setor.
A matéria ouviu três médicos de cada especialidade, nas três cidades, e fez uma média de espera. No caso de ginecologia, o tempo médio atingiu 76 dias.
SAÚDE PÚBLICA
Servidores decidem pela greve
A saúde pública dos catarinenses, que convive com a falta de profissionais, de material e dossiê de médicos, enfrentará, na próxima terça-feira, uma greve. A decisão foi tomada ontem, em assembleia dos trabalhadores. O governo reagiu e anunciou que poderá cortar o pagamento das horas extras, a chamada hora plantão.
Na segunda-feira, o secretário-adjunto da Saúde, Acélio Casagrande, havia anunciado que pelo menos por 90 dias, não haveria prejuízos financeiros aos trabalhadores.
Não foi o suficiente para convencer os 2 mil funcionários da saúde, que depois da assembleia fizeram passeata em direção ao prédio da Secretaria de Saúde. A diretoria do SindiSaúde, o sindicato da categoria, garante que os serviços de urgência e emergências serão mantidos.
Casagrande reclamou da decisão a acha que os servidores fecharam as negociações. Afirma que o governo irá garantir o direito de quem quiser trabalhar, cobrará a manutenção dos serviços essenciais e irá cortar as extras:
– Não vamos aceitar greve silenciosa, onde o funcionário aparece, bate o ponto e cruza os braços.
INTOXICAÇÃO POR LEITE
Técnicos estudam medidas
O futuro da fábrica da empresa Holandês, em Biguaçu, será conhecido amanhã. A empresa foi fechada em 22 de setembro, depois da intoxicação de 25 crianças e um adulto, que consumiram produtos da marca a base de leite.
Os resultados dos últimos exames chegaram ontem à Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). De acordo com o diretor técnico da Cidasc, João Manoel Marques, serão discutidas com a Vigilância Sanitária e Secretaria de Estado da Agricultura as medidas de segurança que serão tomadas em relação à fábrica, que já adotou medidas corretivas. O resultado da reunião será oficializado amanhã.
Laudos parciais confirmaram nitrito e nitrato além do padrão aceitável em 10 amostras, das 177 coletadas, de lotes de queijos, leite e iogurtes produzidos entre 18 e 21 de setembro. O veterinário da empresa, Luiz Carlos Custódio, disse que a suspeita é de um problema de resíduo na limpeza de uma das tubulações da pasteurização do leite.
Biguaçu
Servidores da Saúde em Santa Catarina entram em greve no dia 9
Assembleia foi realizada na tarde desta terça-feira. Sindicato espera adesão de 70% dos trabalhadores
Fábio Bispo
Na próxima terça-feira, dia 9 de outubro, as unidades de saúde de todo o Estado entrarão em greve. A decisão foi tomada em assembleia geral da categoria, realizada ontem, na praça Tancredo Neves, Florianópolis. Entre os argumentos, os trabalhadores alegaram que o governo não apresentou nenhuma proposta aceitável para as perdas salariais provenientes do corte da hora-plantão. Os trabalhadores decidirão ainda sobre o fechamento total ou não das emergências. O governo suspendeu a negociação em andamento até que o estado de greve seja revogado.
Recentemente, com a admissão de novos servidores para o quadro da Saúde, o governo prometeu suspender a hora-plantão dos trabalhadores. Segundo o SindSaúde, com o corte do extra, a categoria passou a reivindicar reposição salarial na forma de gratificação. “Queremos o cumprimento da carga de 30 horas, mas com reposição financeira. O extra chega a representar 75% dos rendimentos de um trabalhador”, explica Cláusio Vitorino, diretor do sindicato. Com a hora-plantão, alguns profissionais tinham incremento no salário e chegavam a trabalhar o dobro das horas normais.
Nos próximos dias que antecedem a paralisação, serão discutidas com as chefias de cada hospital sobre o fechamento total ou não das emergências. Os pacientes internados, segundo Vitorino, continuarão recebendo atendimento normalmente. Na ativa, em todo o Estado, são cerca de 10.000 servidores. O sindicato espera uma adesão de 70% da massa trabalhadora ao movimento grevista.
Negociações também param
Poucas horas depois do anúncio da greve na Praça da Bandeira, o secretário adjunto de Saúde, Acélio Casagrande, disse que “estão suspensas as negociações dos trabalhadores enquanto permanecer o estado de greve”, em entrevista por telefone. O secretário confessou não ter um plano para amenizar os transtornos que a população poderá enfrentar com a paralisação.
Segundo o secretário, o reajuste da categoria estava em fase de negociação e chegou a pedir mais tempo para poder fazer uma contraproposta aos servidores. “Eles queriam que decidíssemos em 15 dias sobre um reajuste salarial. É preciso analisar o reflexo financeiro disso, além de já estarmos no limite. Eu pedi que nós dessem 90 dias, e eles não respeitaram”, rebateu o secretário.
Casagrande salientou que, durante o período de negociações, foi suspenso qualquer tipo de corte da hora-plantão dos trabalhadores. “Eles declararam uma guerra silenciosa. Isso que estão fazendo com a população é uma sacanagem”, concluiu.
Laudo de contaminação de leite por nitrato só sairá na quarta-feira
Divulgação estava marcada para esta terça-feira
Fábio Bispo
Florianópolis
Foi adiado para quarta-feira (3), a divulgação do laudo final sobre a contaminação por nitrato do leite tipo C da marca Holandês. Os exames foram concluídos nesta semana, mas antes da divulgação do resultado foi preciso realizar a impressão e comparação de todas as análises colhidas. Segundo a Cidasc, com base nos primeiros laudos, tudo indica que a contaminação pelo produto químico aconteceu por erro operacional.
Fábrica foi interditada no último dia 22
A contaminação foi identificada depois do dia 19 de setembro, quando os primeiros casos com suspeitas de intoxicações por leite foram registrados no Estado. No dia 22 de setembro a fábrica foi interditada e, desde então, a produção parou. Os relatórios da Vigilância Epidemiológica apontam que, ao total, 26 pessoas apresentaram quadros de cianose - sintoma marcado pela coloração azul-arroxeada da pele por dificuldade de circulação de oxigênio no corpo. A última criança que ainda permanecia internada, um bebê de três meses, foi liberada do Hospital Pequeno Anjo, em Itajaí, no sábado e passa bem.
Durante os exames, também foram constatados que, além do leite, outros produtos derivados do leite da mesma empresa apresentaram sinais de contaminação. Antes de divulgar o laudo e uma possível penalidade para a empresa, os técnicos do Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) se reunirão com Vigilância Sanitária e Secretaria de Agricultura. A divulgação será, provavelmente, no final da tarde de hoje.Foram coletadas cerca de 25 amostras de cada um dos lotes de todos os produtos da empresa.