SAÚDE ESTADUAL
Consultas são canceladas por causa da greve
Os servidores estaduais da saúde voltaram a paralisar as atividades ontem. Eles rejeitaram a proposta apresentada pelo governo do Estado na segunda-feira e decidiram retomar a greve.
Em Joinville, no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt e na Maternidade Darcy Vargas, os atendimentos de urgência e emergência foram mantidos, mas segundo a Secretaria de Estado da Saúde, alguns procedimentos eletivos e consultas foram canceladas e remarcadas por causa da paralisação dos servidores. Em alguns casos, os pacientes que vieram de outras cidades para Joinville e não foram atendidos e tiveram de voltar.
Mais negociações
A Secretaria de Estado da Saúde informa que está disposta a retomar as negociações para que a greve não se estenda, desde que os funcionários retomem as atividades, para que o atendimento não seja prejudicado. Na proposta apresentada pelo secretário Dalmo Claro de Oliveira, as horas plantão (HP) serão mantidas para os servidores da saúde enquanto as negociações continuarem, sem prazo pré-determinado.
O Estado propõe um estudo em conjunto com o sindicato, antes de apresentar proposta. “O governo quer dar mais segurança aos trabalhadores que fazem hora plantão”, explica o secretário.
LAMENTÁVEL - O Sindicato dos Trabalhadores na Saúde de Santa Catarina está se especializando na deflagração de paralisações com nítidas conotações políticas. Já foi assim na campanha do primeiro turno e, agora, no segundo.
Visor-Rafael Martini
SANGUE É VIDA
Por conta da greve dos servidores da Saúde, a coleta de sangue praticamente parou no Hemosc da Capital ontem. Familiares e amigos de um paciente que será submetido a cirurgia de coração no Hospital de Caridade foram doar voluntariamente, seguindo tradicional orientação dos próprios médicos nestes casos. Deram com a cara na porta do Hemosc.
Geral
RESIDÊNCIA MÉDICA
Governo vai oferecer 1,6 mil bolsas
O Ministério da Saúde vai financiar, no próximo ano, 1.623 bolsas de residência médica em 19 especialidades consideradas prioritárias e com carência de profissionais, como pediatria, anestesiologia e neurocirurgia.
Serão financiadas também pela pasta 1.270 bolsas de residência multiprofissional, voltadas para áreas como enfermagem e psicologia.
Ao todo, a pasta vai aplicar R$ 82,7 milhões no financiamento das bolsas em 2013, sendo R$ 46,4 milhões para as de residência médica e R$ 36,3 milhões para as multiprofissional. Os bolsistas vão receber R$ 2.861,79 ao mês.
As medidas fazem parte do Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas (Pró-Residência), que visa alinhar a formação de especialistas no país com as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
A meta do governo é abrir 4 mil vagas de residência médica e 3,2 mil vagas de residência multiprofissional até 2014. Atualmente, o Brasil tem 10.434 profissionais na fase inicial da residência.
– Não se garante atendimento com qualidade sem profissionais de saúde bem formados – avaliou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo ele, municípios das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão prioridade, onde há maior demanda por especialidades médicas. Dados do governo indicam que a região Nordeste registra 1,09 médico para cada mil habitantes. No Norte, o índice é 0,9; no Sudeste, 2,4; no Centro-Oeste, 1,7; e no Sul, 1,9. A média nacional de médicos para cada mil habitantes é de apenas 1,8 - enquanto na Argentina, o índice é 3,2.
Brasília
GERAIS
Sobe em 34% o número de casos na infância
De 2010 a 2011, o número de crianças de até um ano de idade diagnosticadas com sífilis subiu 34% no Brasil. No ano passado, foram diagnosticados 9.374 casos de sífilis congênita em menores de um ano. A taxa de incidência no mesmo ano foi 3,3 casos para cada mil nascidos vivos.
Servidores da saúde retomam a greve em Santa Catarina
A proposta feita pelo governo não agradou ao sindicato da categoria
Os funcionários públicos filiados ao Sindicato dos Trabalhadores em estabelecimentos de Saúde Público Estadual e Privado (SindSaúde) retomaram a greve desde às 7h desta terça-feira (23) em Santa Catarina. Os servidores tinham suspendido a paralisação das atividades no dia nove de outubro porque o governo se prontificou a elaborar uma proposta para os funcionários.
Segundo presidente do SindSaúde, Pedro Paulo das Chagas, até agora a negociação não foi satisfatória. “Queremos uma gratificação”, comenta Chagas.
O governo emitiu uma nota afirmando que foi entregue na tarde desta segunda-feira (22) um documento ao SindSaúde afirmando que continuará ampliando os serviços e melhorando o atendimento à população por meio de contratação e qualificação de pessoal, assim como o suprimento de materiais e medicamentos.
Na proposta, o secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, ratifica ainda a garantia da suspensão de qualquer medida que implique em redução na folha de pagamento dos servidores.
Por que hospitais também ficam doentes?
Artigos do Notícias do Dia
Florianópolis
Laudelino José Sardá
Jornalista e professor
Divulgação No começo dos anos 80, recebemos na UFSC, para comemorar os 150 anos da imprensa catarinense, Barbosa Lima Sobrinho, Villas Boas Corrêa, Millôr Fernandes, Mino Carta e tantos outros nomes consagrados do jornalismo brasileiro. A certa altura fiz uma pergunta: por que os jornais estão mórbidos? E Millôr, para cutucar o então presidente-ditador, general Figueiredo, soltou essa: “os jornalistas não sentem mais o cheiro do povo”. E Barbosa complementou: “os jornais se desumanizaram”.
Essas observações, de 30 anos atrás, servem, ainda, para justificar a apatia de organizações, que, na frieza do relacionamento, esquecem o mais importante: o ser humano. Vou me ater ao hospital, onde se evidencia o paradoxo entre o papel de salvar vidas e a insensibilidade na acolhida.
Uma instituição hospitalar pode estar estruturada com a mais avançada tecnologia e bons profissionais de saúde e, no entanto, não ter a densidade humana, justamente porque a maioria dessas casas valoriza bem mais os ambientes onde se processam diretamente as atividades médicas. Ora, quem entra com desconfiança em um supermercado ou em um restaurante inquieta-se sob o temor de algo dar errado. Imagine uma pessoa adentrar um hospital, com sintomas ou para levar um parente enfermo!
Na recepção, o atendente limita-se a preencher ficha e mandar aguardar. A dor ou o medo de sucumbir no local desencadeia reações naturais e, para acalmar, há guardas armados. O direito de falar e espernear é só na enfermaria, onde há soro, analgésico, médicos, enfermeiras e tentativas de diálogo. Os únicos medicamentos de que a recepção precisa são o diálogo e a triagem, para que as pessoas se sintam seres humanos protegidos.
A comunicação, da recepção e aos setores internos do hospital, parece a travessia de um rio, onde não se conhece a força da correnteza e nem o nível de obstrução na passagem da água. Os recepcionistas se encolhem para não assumir a culpa, mas somatizam todos os dramas que teatralizam o ambiente. O clima tenso não interfere na burocracia e nem sensibiliza os que administram o hospital com um roteiro de fábrica.
Pessoas que trabalham em hospitais também estão doentes. Não se trata de enfermidades físicas, mas de obsessão produzida pela ausência de capacidade de desempenhar melhor a sua função. Se uma casa de saúde tem a obrigação de tratar o enfermo, com certeza os cuidados deveriam permear o atendimento nos primeiros contatos, quer em casa, na ambulância ou na recepção. E não há nada mais irritante que se deparar com a frieza de uma recepção hospitalar.
A humildade de quem entra se choca com a indiferença de quem se vê na arrogância de ser um burocrata atrevido. Tudo isso reflete a incompetência da gestão hospitalar, principalmente nas instituições públicas
Central de Diários
Retomada greve dos servidores da Saúde
A orientação é que a população procure hospitais universitários e postos de saúde municipais
Com a retomada da greve dos servidores da Saúde, a categoria da saúde orienta, neste período de greve, que a população procure atendimento nos postos de saúde, unidades de pronto atendimento e hospitais universitários. Nos hospitais públicos do estado só serão atendidos casos de urgência e emergência e também garantido atendimento aos pacientes internados.
Nota
Por causa da greve deflagrada pelos servidores, a Secretaria de Estado da Saúde lançou uma nota oficial esclarecendo a população:
NOTA OFICIAL
1. Atendendo antiga reivindicação do Sindicato dos Trabalhadores na Saúde de Santa Catarina (SindSaúde), o Governo do Estado contratou 611 funcionários para a área, o que provocou uma reação dos servidores que temiam perder a hora-plantão, paga acima da jornada de 30 horas semanais.
2. O Governo do Estado, já no início das negociações, concordou em não reduzir o número de horas-plantão (HP) realizadas, para não causar redução na remuneração dos servidores.
3. O Governo avançou e propôs construir, em conjunto com o SindSaúde, um modelo de remuneração que assegure estabilidade financeira aos servidores que já vêm cumprindo a jornada extraordinária, o que foi rejeitado pelo comando de greve.
4. Dos quatro itens da pauta de reivindicações do SindSaúde, três deles o Governo do Estado atendeu prontamente.
5. O impasse se concentra na intransigência do SindSaúde em exigir o pagamento de uma gratificação, que implica em aumento de 50% no salário dos servidores, situação que não é suportável pelas finanças públicas neste momento.
6. Apesar dos apelos do Governo do Estado para a continuidade das negociações, o SindSaúde rejeitou essa proposta, deflagrando a greve de forma prematura e injustificável, já que nenhum servidor terá prejuízos na sua remuneração.
A Tribunanet
Oncologia pediátrica continua só no papel
As obras de reforma do setor de oncologia pediátrica do Hospital São José terão que esperar mais um pouco para ser iniciadas. Isso porque o alvará da obra ainda não foi liberado pela Vigilância Sanitária do Estado, que alegou a necessidade de mudanças no projeto arquitetônico e em outros detalhes. A reforma é necessária para que o hospital seja cadastrado como prestador deste tipo de atendimento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) e, assim, possa receber verbas para manter os serviços. A obra custará aproximadamente R$ 300 mil e já foi liberada pelo Governo do Estado.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Regional, Luiz Fernando Cardoso (Vampiro), o único entrave para a concretização do convênio do Hospital com o Estado para que os recursos sejam repassados é o alvará da Vigilância Sanitária. "É uma condição sine qua non. Sem isso não pode haver repasse", resume.
Enquanto a obra não começa, o Hospital São José oferece o tratamento, bancando os custos e contando com a colaboração de profissionais que trabalham praticamente de graça para manter a prestação dos serviços, como o médico hematologista e hemoterapeuta pediátrico Tiago Nava, um dos principais atuantes na luta pelo centro de oncologia pediátrica em Criciúma. No estado, apenas Florianópolis presta esse atendimento com recursos do SUS e a ideia é de que Criciúma se torne outra referência na área.
Em julho, quando recebeu a notícia de que a obra seria viabilizada pelo Governo Estadual, a diretoria do Hospital se comprometeu a continuar custeando os serviços prestados às crianças com câncer e, mesmo agora, sabendo que a reforma irá demorar ainda mais, a entidade não mudou o seu discurso. “As crianças continuam sendo atendidas e em nenhum momento a gente pensou em não oferecer esse tratamento a elas”, declarou a vice-presidente do hospital, Irmã Terezinha Buss.
Servidores da saúde em greve irão atender apenas casos de emergência e pacientes já internados
Durante a greve dos servidores da saúde, apenas os casos de urgência e emergência e pacientes já internados nos hospitais do Estado serão atendidos. Os grevistas orientam a população a procurar postos de saúde, unidades de pronto-atendimento e o hospital universitário. Os funcionários públicos filiados ao Sindicato dos Trabalhadores em estabelecimentos de Saúde Público Estadual e Privado (SindSaúde) retomaram a greve desde as 7h desta terça-feira (23) em Santa Catarina. Os servidores tinham suspendido a paralisação das atividades no dia nove de outubro porque o governo se prontificou a elaborar uma proposta para os funcionários.
Entre as reivindicações dos grevistas, está o pagamento de gratificação. Em nota oficial divulgada nesta terça-feira, o governo do Estado afirma que não é possível pagar a gratificação devido à situação das finanças pública no momento
Jornal Diário de Notícias
Trabalhadores da Saúde Protestam por melhorias