FALTA DE REMÉDIO
Medicamento já está em estoque
Docetaxel estava em falta para pacientes da oncologia do Hospital São José
O medicamento quimioterápico Docetaxel, que estava em falta há dois meses, deixando pacientes do setor de oncologia do Hospital São José sem tratamento, já chegou ao estoque da Secretaria de Saúde de Joinville.
Segundo o gerente administrativo do hospital, André Santos Pereira, a previsão inicial era de que um novo carregamento do medicamento chegasse nesta sexta-feira, mas o fornecedor conseguiu adiantar a entrega para esta quinta-feira, diante da urgência do pedido.
A dona de casa Lindalva Gozdecki, 50 anos, desde 2010 em luta contra o câncer e estava sem tratamento desde o dia 26 de novembro, está entre os 13 pacientes que aguardavam ansiosos por esta notícia para retomar as sessões de quimioterapia.
Solicitação à Justiça
Ela chegou a procurar a Defensoria Pública da União, que ajuizou uma ação no dia 16 de janeiro, solicitando à Justiça que a Prefeitura voltasse a fornecer o medicamento imediatamente.
O gerente administrativo do hospital explica que o estoque do medicamento não foi reposto no fim do ano como planejado. O fabricante enviou um ofício ao hospital informando que suspenderia a produção por problemas internos. Mas o entrave acabou sendo solucionado porque o fabricante se comprometeu a realizar a entrega.
HOSPITAL REGIONAL
Começam a valer as novas regras
A partir de hoje, só casos graves serão atendidos no pronto-socorro
A pessoa que for ao Hospital Regional de Joinville, a partir de hoje, para pegar atestado médico, pedir exames, consultas ou outros procedimentos simples receberá um papel para procurar o postinho de saúde. Casos como o de pressão alta, em que é só tomar uma medicação para melhorar, também não ficarão mais aos cuidados do hospital, e o paciente poderá ser encaminhado ao Pronto-atendimento (PA) Leste, no bairro Aventureiro.
A medida, antecipada segunda-feira e reforçada ontem em coletiva à imprensa, é para que o Regional tenha médicos e leitos disponíveis para atender só aos casos de urgência e emergência para os quais é referenciado (autorizado pelo Ministério da Saúde). Entram nisso os casos em que a pessoa precisa de cuidado rápido, como infarto surto psiquiátrico, e as urgências, principalmente as que podem piorar (algumas podem ser encaminhadas ao PA Leste).
Triagem
Quem vai definir se o caso é grave ou não é o setor de classificação de risco (a popular “triagem”) do próprio Regional, de outros hospitais e PAs ou dos serviços de emergência, principalmente o Samu. A classificação é feita com cores de acordo com a situação da pessoa, como a dor que ela está sentindo, seu batimento cardíaco e sua pressão, entre outros dados clínicos. O mesmo ocorre em vários prontos-atendimentos, mesmo nos dos hospitais privados. Para ajudar na orientação aos casos simples, um cartaz ficará na entrada do hospital com os procedimentos que ele não fará mais.
Os atendimentos se concentrarão prioritariamente nas áreas em que o hospital é referência na região, como problemas do coração, abdominais (estômago, intestino e rins). Não quer dizer, porém, que outros casos graves não serão atendidos, segundo a diretoria. Qualquer situação grave, mesmo politraumas – para os quais o Hospital São José e a referência – serão recebidos e tratados. Se houver necessidade, depois o paciente é encaminhado à unidade municipal para o tratamento. O mesmo vale para outras especialidades, como neurologia (cérebro e cabeça), em que o São José também é referência.
Segundo Renato Castro, diretor do Hospital Regional, a decisão vai permitir que a emergência tenha clínico-geral 24 horas por dia. Até então, o volume de atendimentos obrigava a ter dois clínicos em alguns horários e deixava alguns turnos sem esses profissionais.
HOSPITAL REGIONAL
Sem solução para falta de médicos
Se a falta de médico não deve se resolver tão cedo, pelo menos o número de técnicos de enfermagem no Hospital Regional deve aumentar. Mais 48 profissionais que passaram no concurso público de abril do ano passado serão chamados em breve, segundo o secretário estadual, Dalmo Claro.
A ampliação do hospital está em fase de projeto desde julho, com previsão de terminar neste trimestre. As obras compreendem mais três enfermarias (alas A, B e C), centro cirúrgico e reforma do pronto-socorro, com 20 leitos de UTI. As obras ainda dependem de licitação e não têm data para começar.
O hospital busca o referenciamento para a área de câncer, por causa do aumento de casos no município. Na região, atualmente, a especialidade só existe no Hospital Municipal São José.
HOSPITAL REGIONAL
Mudança já era estudada
O atendimento só de casos graves vinha sendo discutido pelo hospital há algum tempo, mas ganhou importância depois que o pedreiro Raul Domingos, de 43 anos, morreu de insuficiência cardíaca após esperar 48 horas por um leito de UTI, na semana passada.
O caso foi motivo de ação judicial do Ministério Público e resultou até em pedido de prisão do secretário de Saúde do Estado, Dalmo Claro de Oliveira, além de intervenção do hospital, caso o não atendimento por falta de leitos e de médicos se repita.
O referenciamento é autorizado pelo Ministério da Saúde e vem sendo adotado por outros hospitais públicos no País. O entendimento é de que a pessoa deve procurar primeiro os postinhos e os PAs (ou UPAs 24 horas) e só ser encaminhada aos hospitais por essas unidades ou pelos serviços de resgate, como Samu, bombeiros e outros.
No caso de Joinville, o referenciamento foi acordado entre o diretor do Regional, Renato Castro, o secretário estadual Dalmo Claro, o prefeito Udo Döhler e o secretário municipal Armando Dias. O município irá monitorar para saber se a medida resultará em sobrecarga nos prontos-atendmentos.
Regional
O secretário Dalmo Claro não vê motivos para preocupação na rede municipal com o novo modelo de atendimento do Hospital Regional, com atendimento apenas dos casos de emergência. Pelas contas de Dalmo, o Regional atende em média 69 pessoas por dia na emergência.
Sem impacto
Já os três PAs de Joinville atendem entre 1,2 mil e 1,5 mil pessoas diariamente. “Atender parte da demanda do Regional não influenciaria”, diz Dalmo, garantindo que os PAs também poderão mandar gente para o Regional, caso se configure a necessidade de atendimento.
Visor- Rafael Martini
VACINAS PERDIDAS
Um suposto problema técnico no sistema de refrigeração do almoxarifado da Secretaria da Saúde de Florianópolis provocou a perda de 6.616 frascos de vários tipos de vacinas, estoque suficiente para abastecimento de uma semana na Capital. A prefeitura recorreu ao Estado para atender aos postos e não deixar faltar vacinas.
***
O surpreendente é que nenhum dos alarmes da refrigeração nem mesmo o sistema auxiliar para o caso de falta de luz funcionaram. Até um celular que receberia o sinal de alerta em caso de falha não foi acionado. O problema aconteceu no último final de semana. Cesar Souza Junior determinou a instauração de uma sindicância para apurar as causas.