ENTREVISTA
“Quero renovar o ânimo dos servidores”
Murillo Capella - Diretor do Hospital Infantil de Florianópolis
O novo diretor do Hospital Infantil Joana de Gusmão tem 77 anos, mas carrega um espírito entusiasta, que será sua principal arma à frente ao cargo. Cirurgião pediátrico, Murillo Capella assume em meio a reformas intermináveis e protestos por melhores condições de atendimento.
Diário Catarinense – Qual é o principal problema do hospital?
Murillo Capella – É o desestímulo de quem trabalha aqui. As condições inadequadas, as reformas que nunca chegam ao fim, a remuneração que não condiz, a impressão negativa do hospital lá fora, tudo isso se acumulou. Quero renovar o ânimo de cada um dos servidores porque só isso pode proporcionar mudanças.
DC – O que o senhor já viu no hospital até agora?
Capella – Ainda não assumi, e não deu tempo de ver muita coisa, mas comecei uma visita técnica no hospital inteiro para fazer um diagnóstico de como está a situação. Vou revisitar cada canto, cada tijolo. Embora nenhum setor esteja parado, as reformas na área física precisam sair do lugar. E a primeira delas será o centro cirúrgico. A quarta sala de cirurgia fica pronta em 5 de junho e, aí, teremos espaço para realizar 4 mil operações por mês. Fora isso, o hospital já teve 200 leitos em funcionamento. Hoje temos 125. E o grande motivo dessa redução é a falta de pessoal. Minha meta é chegar lá.
DC – A área de oncologia vai terminar a reforma até o início de maio, conforme o previsto?
Capella – Ainda não estive lá para analisar a situação, mas vou ficar em cima dos prazos.
DC – E sobre a acinetobacter? Há um surto no hospital?
Capella – Isso não é surto. Esses três casos não passam de coincidência. Uma das crianças trouxe a infecção de outro hospital. Mas estamos tomando uma série de medidas para que outras áreas não sejam contaminadas. As crianças estão isoladas e recebendo o tratamento adequado. Logo tudo isso termina.