AN.PORTAL | Jefferson Saavedra
A DEMANDA DO CÂNCER
Um aparelho para braquiterapia, que custa algo em torno de US$ 200 mil, é a nova grande demanda para o tratamento do câncer em Joinville pela rede pública. Nem tão nova assim porque a cobrança já vem de algum tempo. O equipamento faz radioterapia interna e é indicado para os tumores de colo de útero, entre outros. Hoje, pacientes de Joinville e região só podem usar a técnica de tratamento em Florianópolis, no Cepon, onde está instalada a única máquina que oferece tratamento pelo SUS em Santa Catarina. Já há espaço no Hospital São José para instalação da máquina. Também há profissionais para operar o sistema. A Secretaria de Saúde de Joinville está estudando a compra. E logo vai aparecer outra demanda, esta envolvendo o acelerador linear.
Perto do teto
Hoje já são 80 pacientes se tratando com o acelerador. Não vai demorar para mais pacientes necessitarem de atendimento. Só que o Hospital São José está se aproximando do teto financeiro pactuado com o Ministério da Saúde. Para mais gente passar pelo tratamento, será preciso ampliar o teto.
Os 60 dias
Em Joinville, a determinação para início do tratamento do câncer em até 60 dias após o diagnóstico, adotada nacionalmente agora, é procedimento desde 2007. A portaria é seguida, mas não significa que o tratamento tenha a continuidade adequada em todos os momentos.
GLAUCOMA
A Sociedade Brasileira de Glaucoma promoveu ontem, em São Paulo, atividades para alertar a população sobre a cegueira sem cura por glaucoma. Quem passou pela avenida Paulista foi convidado a entrar em uma sala sensorial escura para descobrir objetos por meio do tato.
CONSULTAS PEDIÁTRICAS
Médicos dão ultimato a planos
Pais enfrentaram nas últimas semanas uma crise que afetou diretamente a saúde dos filhos: a falta de pediatras na rede privada de saúde em Joinville. A necessidade deste tipo de profissional no atendimento de emergência e urgência é analisada pela Sociedade Joinvilense de Pediatria. Médicos, existem. Mas falta motivação – principalmente financeira – para continuar na área.
A entidade se mobilizou e deu um ultimato aos planos de saúde que atendem no município: ou aumentam o valor dos honorários pagos aos médicos pediatras, ou eles, simplesmente, vão deixar de atuar em hospitais. Sabendo desta situação, a Sociedade Joinvilense de Pediatria enviou um ofício aos planos de saúde que atendem na cidade – 19 no total.
Em média, um médico recebe cerca de R$ 50 por paciente atendido pelo plano de saúde. A hora plantão para os médicos contratados na rede privada pode girar em torno de R$ 120. Na pública, R$ 56.
– Não haverá mais motivação para trabalhar em hospitais. Os órgãos precisam entender que assim, não dá para ficar – resumiu o presidente da sociedade, Edmundo Weber Filho, que é pediatra neonatologista.
A Sociedade deu o prazo de 30 dias para uma resposta, que deve se encerrar no fim deste mês.
Como está o panorama de profissionais no Brasil
O Brasil tem 350 mil médicos sendo 38 mil pediatras, segundo o Conselho Federal de Medicina. Em Santa Catarina são 940 pediatras e em Joinville 110, sendo 44 profissionais na rede pública de saúde, informou a Sociedade Joinvilense de Pediatria. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, são precisos 20 pediatras para um grupo de 100 mil pessoas.
O número de médicos está dentro do ideal, mas alguns fatores prejudicam o atendimento: a distribuição errônea de profissionais; o custo alto para manter uma clínica ou um consultório; o valor baixo dos honorários pagos pelos planos de saúde; e o salário oferecido pela rede pública.
– Nos últimos anos tivemos uma redução significativa nos números de consultórios e clínicas pediátricas entre 20% e 40%. Está cada vez mais caro pagar as tributações, funcionários das clínicas, equipamentos. O pediatra trabalha 5,5 meses por ano para pagar o Governo", explicou Weber.
Com o custo alto para manter consultórios, os pediatras optaram pela rede pública e pelos hospitais.
– Ali eles não precisam pagar impostos, têm horário de trabalho, ganham INSS – exemplificou Weber.
Joinville
MÉDICOS IMPORTADOS
CFM propõe alternativa ao governo
O Conselho Federal de Medicina (CFM) lança uma última cartada para tentar convencer o governo federal a desistir do plano de recrutar médicos estrangeiros para trabalhar em áreas consideradas prioritárias.
A estratégia alternativa prevê alterações no Programa de Valorização de Atenção Básica (Provab) que traria mais atrativos para médicos formados no Brasil a trabalhar nos locais prioritários. A proposta condiciona a abertura de vagas à instalação de infraestrutura adequada, oferta de insumos, equipamentos de diagnóstico e terapias. A proposta sugere que profissionais recrutados tenham vínculo contratual com o Ministério da Saúde e uma jornada de 40 horas semanais.
Brasília