Médicos pelo SUS
Na comparação com cidades do mesmo porte, Joinville apresenta um quadro proporcionalmente menor de médicos na rede pública. Em Florianópolis, são 1.092 médicos atendendo pelo SUS. Mas, por ser capital, conta com uma estrutura hospitalar maior e não seria adequado fazer uma comparação com Joinville. Pegam-se então Londrina e Juiz de Fora, cidades com população semelhante e localizadas nas regiões Sul e Sudeste. Pois são 974 médicos na rede pública da cidade paranaense e 1.141 na mineira. Mas vá que estejam fora da curva. Pois em Sorocaba, com 600 mil habitantes, são 917. Santos tem 1,2 mil e São José do Rio Preto, 938 – as duas cidades têm menos de 500 mil moradores. Joinville tem 697 médicos atendendo pelo SUS.
Superlotação
Sai ano e entra ano, sai governo e entra governo, o pronto-socorro do Hospital São José continua lotado. Neste ano, a média está em 130%, a mesma do ano passado. Neste momento, não seria possível cobrar muito porque a administração começou faz poucos meses. Daqui a um tempo, a desculpa é outra.
CAMPANHA DE VACINAÇÃO
Gotinhas para as crianças
Primeiro fim de semana teve 26% das crianças de Joinville imunizadas
Isabely Garcia Domiciano foi decidida: tirou a chupeta da boca, olhou para cima e aceitou as duas gotas azedinhas da vacina contra a poliomielite sem chorar. A pequena de dois anos é uma das crianças de Joinville que já foram imunizadas contra a pólio durante a campanha nacional, que começou no sábado e vai até 21 de junho. O Dia D contou com uma força-tarefa para marcar o primeiro dia da campanha e que, em nove horas, vacinou pelo menos 8.405 crianças de seis meses a quatro anos. A expectativa da Vigilância Sanitária é de alcançar todos os joinvilenses nesta faixa-etária, o que equivale a 32.655 crianças. No sábado, 26% deste número foram atingidos.
“Eu quis aproveitar a folga no sábado de manhã para trazer a Isabely. Tomar as gotinhas é muito importante”, conta Lioses Domiciano Neto, pai da menina, frisando a prioridade do fim de semana como a garantia de que a filha receberia a vacina. Como a carteira de vacinação de Isabely estava em dia, ela foi liberada em seguida. Mas as crianças que tiverem encontro com o Zé Gotinha também podem aproveitar para receber as vacinas da gripe A — a mesma faixa etária é considerada parte do grupo de risco da H1N1 — e do coquetel que imuniza contra a caxumba, a rubéola e o sarampo, doenças que estão ocorrendo com frequência muito alta na Europa e, por isso, o período de vacinação foi adiantado.
“Vamos aproveitar para imunizar as crianças que estão com vacinas em atraso. Com uma Copa do Mundo no Brasil, quando haverá a circulação de muitas pessoas de outros países, é essencial atender a todas”, afirma a coordenadora da Vigilância, Geane Vieira. Além disso, ela lembra que o vírus da poliomielite é um dos mais resistentes e, por isso, a vacinação não pode parar.
As 55 unidades básicas de saúde e a sede da Vigilância Sanitária estão equipadas para a campanha de vacinação e abertas para receber os pequenos, cada uma de acordo com os horários internos. É essencial levar a carteirinha de vacinação da criança. Sem ela, nada de gotinhas. “Como a vacina da pólio vai mudar da via oral para a aplicação, é muito importante que a carteirinha seja verificada e atualizada”, avisa Geane. Em caso de perda do documento, ele pode ser refeito na sede da Vigilância Sanitária.
Prevenção genética
O risco de desenvolver uma doença por conta da herança genética ganhou destaque mundial a partir da decisão da atriz Angelina Jolie de fazer uma dupla mastectomia para evitar câncer de mama. A atitude dividiu opiniões. A partir de amanhã, Floripa recebe o 25o Congresso Brasileiro de Genética Médica, exatamente para discutir o assunto, a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças (hereditárias) ou aquelas influenciadas pelos genes.
Saúde em coma
O Hospital Azambuja, em Brusque, interromperia atendimento a pacientes do SUS terça-feira. Os sérios problemas financeiros são motivados, segundo voz corrente, por irregularidades na gestão, além das crônicas mazelas que afetam a saúde pública no país. Mas a prefeitura municipal salvou a pátria, assumindo a administração, pelo menos até dezembro, quando deverá estar concluída a auditoria a ser instaurada. Pergunta: haverá algum presidente da República criativo que solucione definitivamente o caos instalado na saúde do país, candidatando-se a entrar para a história como um novo JK?
A esperança é mínima, proporcional ao tempo de duração de uma vergonhosa “consulta” do médico ao pobre e cansado cidadão brasileiro.
Saúde: o exemplo de Blumenau
Como acontece nos maiores municípios do Estado, a saúde foi apontada durante a campanha de 2012 como o principal problema da população. Candidato, o tucano Napoleão Bernardes prometeu ampliar o fim do expediente dos sete ambulatórios gerais das 21h para as 24 horas. Anunciou que até dezembro de 2013, se eleito fosse, garantiria atendimento da população até a meia noite em um dos sete ambulatórios.
Antes de completar cinco meses, a nova administração ampliou o plantão em dois ambulatórios gerais que funcionavam somente até as 21h. Priorizou as regiões dos Bairros da Velha e do Garcia. Estes ambulatórios funcionam como as UPAs. Ali, os pacientes fazem a consulta, têm o diagnóstico e recebem os remédios prescritos pelos médicos. Muitos já saem medicados.
Os resultados constituem uma nova prova sobre o valor da medicina preventiva. Os dois ambulatórios funcionam até meia noite há apenas dois meses. Em maio último, foram registrados 1.113 atendimentos entre 21 e 24 horas. O mais relevante: 30% só crianças.
Foram, assim, 1.113 pacientes que aliviaram as filas formadas no Hospital Santo Antônio justamente no período noturno.
Entusiasmado com os resultados e a aprovação da população, o prefeito vai prorrogar o atendimento de mais um ambulatório geral em Itoupava Central até o final do ano.
Segundo o diretor-geral da Secretaria da Saúde, Andrigo José Beber, a prefeitura de Blumenau já tem um sistema informatizado nos ambulatórios gerais e nas farmácias públicas. E um convênio com a Furb prevê a implantação do Prontuário Eletrônico, um inovador banco de dados que objetiva elevar a qualidade da assistência médica no município.
DIRETAS
Secretaria da Saúde revelou dados estatísticos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica indicando que o câncer é a terceira principal causa de morte entre os catarinenses. As doenças que mais matam são o infarto e o derrame. A pesquisa foi realizada entre 2000 e 2012.
Blumenau vacina mais de 7 mil crianças contra a paralisia
Começou sábado e segue até 21 de junho a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite, que irá imunizar crianças com idade entre seis meses e cinco anos incompletos. Cerca de 7,4 mil receberam a dose no primeiro dia da campanha e dia “D”, segundo balanço parcial da Vigilância Epidemiológica. Os números oficiais serão divulgados hoje. A meta do município é vacinar 24 mil crianças.